O Vaticano divulgou hoje o elenco de participantes na XVI Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, sobre o tema ‘Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação, missão’, que vai decorrer em outubro, com um número recorde de mulheres.
Uma das novidades deste encontro é a presença de 70 membros não-bispos, pela primeira vez com direito a voto num Sínodo, nomeados pelo Papa a partir de uma lista inicial de 140 pessoas identificadas pelos sete organismos internacionais das Conferências Episcopais.
Este grupo de “testemunhas do processo sinodal”, assim designadas pela Santa Sé, inclui 42 mulheres (60% do total) – 28 leigas e 14 religiosas -, 13 leigos e 15 sacerdotes, diáconos e consagrados.
O Papa nomeou nove presidentes-delegados da Assembleia, incluindo duas mulheres: a consagrada japonesa Momoko Nishimura, membro do Grupo de Trabalho Sinodal da Federação das Conferências Episcopais da Ásia (FABC), e a religiosa mexicana Maria de los Dolores Palencia.
Estes delegados – entre eles D. Lúcio Andrice Muandula, bispo de Xai-Xai (Moçambique) – presidem aos trabalhos da Assembleia Sinodal “em nome e por autoridade” do Papa, quando este não está presente.
Francisco designou um grupo de 55 membros de nomeação pontifícia, entre eles cinco religiosas e uma leiga.
Em 2021, o Papa tinha nomeado a religiosa francesa Nathalie Becquart como subsecretária do Sínodo dos Bispos, que se tornou a primeira mulher com direito de voto na assembleia sinodal; em outubro, esse número chegará a 54 mulheres, entre leigas e religiosas.
Os cerca de 450 participantes na próxima Assembleia Sinodal incluem os 20 chefes dos Dicastérios da Cúria Romana – como D. José Tolentino Mendonça, prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação -, 20 patriarcas e representantes das Igrejas Orientais Católicas, 178 representantes de Conferências e organismos episcopais – incluindo o presidente e vice-presidente da CEP, os membros do Conselho Ordinário do Sínodo dos Bispos e os seus dois subsecretários, bem como dez representantes da União dos Superiores Gerais dos Institutos de Vida Consagrada, dos quais cinco são religiosas, também com direito a voto.
A eles somam-se, sem direito a voto, 12 representantes de outras igrejas e comunidades cristãs (delegados fraternos), oito convidados especiais e colaboradores da Secretaria-Geral do Sínodo.
Outras 57 pessoas, entre elas 20 mulheres, vão participar como peritos, à imagem do que acontecia no passado ou “facilitadores”, ou seja, “pessoas especializadas cuja missão é facilitar os trabalhos nas diferentes fases”, sem direito a voto.
Na sequência de uma inédita consulta global às comunidades católicas, lançada pelo Papa em outubro de 2021, sete assembleias continentais aconteceram entre fevereiro e março, com a seguinte divisão: África e Madagáscar (SECAM), América Latina e Caraíbas (CELAM), América do Norte (EUA/Canadá), Ásia (FABC), Europa (CCEE), Médio Oriente (com a contribuição das Igrejas Católicas orientais) e Oceânia (FCBCO).
A primeira sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos vai decorrer de 4 a 29 de outubro de 2023; Francisco decidiu que a mesma terá uma segunda etapa, em 2024.
Os trabalhos alteram entre sessões plenárias (congregações gerais) e trabalhos em grupo linguísticos (círculos menores), decorrendo, pela primeira vez, no Auditório Paulo VI, do Vaticano.
(Com Ecclesia)