Inscrições para a subida à Montanha estão abertas a partir deste domingo. Bispo de Angra lidera o grupo de montanhistas que participará na celebração no ponto mais alto de Portugal
A missa de envio dos jovens açorianos que vão participar na Jornada Mundial da Juventude 2023 decorrerá no topo da Montanha do Pico na manhã do dia 25 de julho e será presidida pelo bispo de Angra, D. Armando Esteves Domingues.
As inscrições, limitadas a pouco mais de centena de jovens, embora já estejam inscritos nas jornadas de Lisboa 700 açorianos, abrem este domingo tendo como primeiro critério de seleção a inscrição prévia na Jornada Mundial da Juventude, que decorre na capital portuguesa de 1 a 6 de agosto.
“Esta subida à Montanha será o momento mais simbólico não só em termos diocesanos mas também em termos nacionais durante a pré jornada da JMJ” referiu ao Igreja Açores o padre Norberto Brum, do Comité Organizador Diocesano.
A subida à Montanha far-se-á de forma faseada em dois grupos: o primeiro, muito restrito, parte às 18h00 do dia 24 de julho e pernoitará na cratera. O segundo grupo mais alargado sairá na madrugada do dia 25, às 2h00 da manhã, a tempo de celebrar com o restante grupo e participar na eucaristia de envio. A organização está a agilizar uma missa noturna, no dia 24, que possa ser celebrada em todas as ilhas, preferencialmente nas igrejas JMJ da diocese, à mesma hora, envolvendo todos os inscritos que não puderem participar na subida à Montanha.
“Nós estamos muito contentes e é com muita alegria que acolhemos os jovens e o senhor Bispo para daqui enviarmos os nossos jovens a um evento tão importante. O Pico é o cais do Céu: pertinho do Céu, pertinho uns dos outros, com os olhos no firmamento, mas com os pés em terra firme como é a montanha, seremos enviados e seremos convidados a não nos acomodarmos e a partir em missão, primeiro para a jornada mas também para a vida. É, por isso, com grande sentido de compromisso que acolhemos esta iniciativa” afirmou ao Igreja Açores o ouvidor eclesiástico da ilha, padre Marco Martinho.
“Gostávamos que pudessem subir todos mas há limitações físicas, desde logo” refere o padre Norberto Brum que, no entanto, sublinha a importância simbólica desta iniciativa “que serve também de compromisso à missão”.
Os jovens que participarão terão de estar no Pico às 15h00 e poderão regressar às suas casas na tarde de terça feira, dia 25. Os que subirem no segundo turno terão o apoio logístico da pastoral juvenil da ilha do Pico até ao inicio da subida.
A subida à montanha do Pico, lugar mais alto de Portugal, foi concertada com as autoridades ambientais, desde logo o Parque Natural da ilha do Pico e também a Secretaria Regional do Ambiente.
A Montanha do Pico é um vulcão com 2351 m de altura. O seu trilho consiste na subida até ao Piquinho (Pico Pequeno ou Topo da Montanha), com início e fim na Casa da Montanha, a cerca de 1200 m de altitude. Tem cerca de 3,8 km e um desnível de 1150 metros.Quer a subida, quer a descida, têm uma duração média de cerca de três a quatro horas.
As condições climatéricas na Montanha são extremas e alteram-se muito rapidamente. A temperatura é, regra geral, 10 graus mais baixa no topo do que ao nível do mar. No caso de ser um dia muito quente não encontrará qualquer sombra durante todo o dia.
A Montanha é uma Reserva Natural cujas estruturas geológicas, fauna e flora devem ser preservadas.
Esta iniciativa da diocese de Angra além da componente simbólica, por ser o lugar mais alto de Portugal, insere-se também numa chamada de atenção para a importância da Ecologia Integral proposta pelo Papa Francisco na Encíclica Laudato Si, publicada em 2015, e que foi fazendo o seu caminho no coração da experiência cristã. Sobretudo, esta encíclica vem apelar a que a par da preocupação com a celebração litúrgica, a ação caritativa, no ser cristão se inclua o cuidado com a casa comum, relembrando-nos que tudo está interligado e é interdependente e que as dimensões humana, social, cultural, económica e ambiental da vida e das crises que vivemos não estão separadas. A pretexto deste texto e depois de ter sido celebrado o ano laudato Si, o Papa propôs um pacto de sete anos para que até 2030 a conversão ecológica continue a marcar a vida dos cristãos.