A Comissão Pontifícia para a Proteção de Menores (CPPM) e o Dicastério para o Clero, organismos da Santa Sé, assinaram um acordo sobre “boas práticas” para garantir espaços de acolhimento às vítimas de abusos e promover formação específica para os futuros sacerdotes.
“É um encorajadora meta para a Comissão na sua nova posição dentro da Cúria: permite-nos abrir importantes canais de comunicação com o escritório para o serviço da formação dos nossos sacerdotes em todo o mundo”, assinalou o presidente da CPPM, o cardeal Sean O’ Malley, citado pelo portal ‘Vatican News’.
O arcebispo de Boston (EUA) realçou que os sacerdotes e os diáconos “são, talvez, o rosto mais visível da vida quotidiana da Igreja”, por isso, “é essencial assegurar” que a sua vida e o seu ministério estão “sujeitos a boas políticas e procedimentos relativos à salvaguarda das crianças e das pessoas vulneráveis”.
Do acordo assinado entre a Comissão Pontifícia para a Proteção de Menores e o Dicastério para o Clero, no dia 26 de maio, destacam-se três eixos principais: “espaços e estruturas de competência do Dicastério para acolher e ouvir os sobreviventes e aqueles que procuram denunciar casos de abuso”; a colaboração “sobre aspetos relativos à proteção contidos na Ratio Nationalis”, documento que orienta a formação dos futuros padres, a nível global; “facilitar a promoção de uma formação inicial e permanente do clero, cada vez mais sensível ao ministério da salvaguarda da Igreja”.
“Esperamos, através do nosso esforço comum, aprofundar a compreensão sobre o impacto do abuso nas vítimas e sobreviventes e como melhor acompanhá-los, bem como oferecer boas práticas de prevenção e assistência aos nossos sacerdotes que são chamados, como disse o Papa Francisco, a serem ‘apóstolos da Salvaguarda’ para suas comunidades”, disse o prefeito do Dicastério para o Clero.
O cardeal coreano You Heung-Sik, que preside ao organismo da Santa Sé desde junho de 2021, sublinhou que o compromisso “nesta área difícil do ministério da Igreja” se expressa neste acordo de colaboração com a CPPM.
O portal de notícias do Vaticano assinala que a colaboração entre as entidades da Cúria Romana fornecerá informações para o Relatório Anual da CPPM, solicitado pelo Papa nas audiências privadas aos membros do organismo, neste mês de maio, no âmbito da Assembleia Plenária deste organismo, e em abril de 2022.
A Comissão Pontifícia vai definir uma nova estratégia para o combate e prevenção de abusos, assumindo preocupação com as situações de assédio online, rever as linhas diretrizes publicadas em 2011, pela Doutrina da Fé, criar um fundo para ajudar as vítimas dos países mais pobres e promover acordos para a formação e prevenção, informou numa nota divulgada através do portal ‘Vatican News’, no final da reunião plenária.
Este foi o segundo acordo “de colaboração e troca de informações”, entre a Comissão Pontifícia para a Proteção de Menores, que a 21 de abril assinou um documento do género com o Dicastério para a Evangelização, representado pelo cardeal Luis Antonio Tagle.
(Com Ecclesia e Vatican Media)