A Comissão Episcopal de Liturgia e Espiritualidade, da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), propõe a todas as dioceses do país uma intenção especial de oração para Sexta-feira Santa, pelas vítimas de abusos.
“Por todas as Pessoas vítimas de abusos, para que Deus nosso Senhor conceda a cura das suas feridas, coragem aos que as acompanham, conforto às famílias e torne cada vez mais a Igreja um ambiente seguro”, refere o texto da oração.
A intenção IXb, para acrescentar à Oração Universal da referida celebração, evoca as “pessoas vítimas de abusos de poder, de consciência e sexual”.
Após esta oração, o presidente da celebração evoca todos os que sofrem “todo o tipo de violência”, rezando para que Deus lhes conceda o seu “abraço de compaixão, ternura e misericórdia, no tempo de purificação e reparação”.
Na Sexta-feira Santa, a Igreja Católica evoca a morte de Jesus, em dia de jejum para os fiéis, que não celebram a Missa, mas uma cerimónia com a apresentação e adoração da cruz.
A principal celebração decorre durante a tarde, perto da hora em que se acredita que Jesus terá morrido, nas igrejas desnudadas desde a noite anterior.
Ao entrarem, em silêncio, os presidentes da celebração prostram-se, bem como os demais ministros, em sinal da morte de Cristo.
A parte inicial da celebração, a Liturgia da Palavra, tem um dos elementos mais antigos da Sexta-feira Santa, a grande oração universal, tradicionalmente com dez intenções que procuram abranger todas as necessidades e todas as realidades da humanidade.
A adoração à cruz e os vários momentos de oração apresentam-se como momentos de penitência e de pedido de perdão.
Durante a celebração da Paixão do Senhor há o rito da adoração, mas este ano omite-se o beijo devocional da Cruz, por razões de saúde pública, nos países onde estão suspensas as celebrações comunitárias.
O sacerdote que preside à celebração está paramentado com a cor vermelha, que a liturgia católica associa aos mártires.
A Comissão Independente designada pela Conferência Episcopal, para o estudo de abusos sexuais na Igreja em Portugal, apresentou a 13 de fevereiro um relatório, no qual validou 512 testemunhos, apontando a um número de 4815 vítimas, entre 1950 e 2022.
A CEP convocou para 20 de abril uma jornada nacional de oração pelas vítimas de “abusos sexuais, de poder e de consciência na Igreja”.
(Com Ecclesia)