Bispos destacam importância do diálogo entre as diferentes religiões
A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) manifestou hoje a sua “profunda consternação” pelo ataque ocorrido hoje no Centro Ismaili de Lisboa, que provocou duas mortes.
“A nossa proximidade orante e solidária dirige-se, neste momento, às famílias enlutadas e à comunidade ismaelita que sofrem as consequências de um ato chocante”, indica uma nota do Secretariado Geral da CEP, citado pela Agência Ecclesia.
“Reafirmamos, nesta dolorosa ocasião, a importância que o diálogo entre as diferentes religiões assume na construção da paz e do bem comum de uma sociedade”, acrescenta o comunicado.
Do ataque resultaram dois mortos, duas mulheres funcionárias do Centro Ismaelita, e ainda um ferido grave, na casa dos 20 anos, que foi transportado para o Hospital de Santa Maria com golpes no pescoço e no peito.
O presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP), organismo da Igreja Católica, lamentou o ataque no Centro Ismaelita em Lisboa, sede mundial deste ramo do xiismo, que provocou duas mortes.
“Não há nenhum motivo para associar este ato à própria comunidade, que se distingue pela sua abertura ao diálogo inter-religioso, pela recusa de qualquer extremismo. O que aconteceu terá sido um ato isolado, de uma pessoa que se representa apenas a si própria e que poderia acontecer com qualquer outra comunidade”, disse Pedro Vaz Patto à Agência Ecclesia.
O atacante, atualmente detido, será um cidadão de nacionalidade afegã, que terá usado uma faca de grandes dimensões para atingir as vítimas.
O presidente da CNJP manifesta a sua “solidariedade” à comunidade ismaili e às famílias em luto, desejando que este acontecimento “não ensombre a boa integração desta comunidade na sociedade portuguesa”.
“São pessoas abertas ao diálogo, com uma ação social meritória”, acrescenta.
Pedro Vaz Patto destaca a convivência estabelecida com a comunidade muçulmana ismaili, enquanto presidente da CNJP e membro da Comissão da Liberdade Religiosa, onde a mesma comunidade também está representada.
A comunidade muçulmana ismaili desconhece, até agora, as motivações do homem que entrou nas suas instalações.