O Papa saudou hoje, no Vaticano, os pais de todo o mundo, apresentando São José como exemplo de paternidade.
“Hoje damos os parabéns a todos os pais. Que encontrem em São José o modelo, o apoio e o conforto para viver bem a sua paternidade”, referiu Francisco, após a recitação da oração do ângelus, perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro.
Falando desde a janela do apartamento pontifício, o Papa convidou os presentes a recitar com ele um Pai-Nosso.
“Rezemos todos juntos ao Pai, pelos papás”, pediu.
Em 2020, Francisco proclamou o Ano de São José com a carta apostólica ‘Patris corde’, visando ajudar as pessoas a redescobrir esta “extraordinária figura”.
O Papa, conhecido pela sua devoção a São José – tendo mesmo escolhido o dia 19 de março para a Missa solene de início de pontificado, em 2013 -, destaca a capacidade de acolher o que parece inexplicável, nos vários momentos da sua vida, para depois “receber os outros, sem exclusões, tal como são, reservando uma predileção especial pelos mais frágeis”.
A 17 de novembro de 2021, Francisco iniciou um ciclo de catequeses, nas audiências públicas semanais, dedicado à figura de São José. |
No encontro de oração deste domingo, o Papa voltou a recordar o conflito na Ucrânia.
“Não nos esqueçamos de rezar pelo martirizado povo ucraniano, que continua a sofrer com os crimes da guerra”, declarou.
Francisco evocou ainda as vítimas do sismo que atingiu este sábado o sul do Equador e o norte do Peru, provocando 15 mortes, 14 das quais em território equatoriano.
“Estou próximo do povo do Equador e asseguro a minha oração pelos defuntos e todos os que sofrem”, referiu.
Na sua catequese inicial, o Papa alertou para os “semeadores de maledicência”, convidando os católicos a ser “livres diante dos preconceitos”.
“Somos testemunhas de Jesus ou espalhamos críticas e suspeitas?”, questionou.
A reflexão partiu da passagem bíblica que relata a cura, por Jesus, de um homem cego de nascença (cf. Jo 9,1-41), recomendando a leitura do capítulo 9 do Evangelho segundo São João.
Francisco assinalou as reações das várias pessoas que testemunham o episódio, do “ceticismo” ao medo, passando pela crítica dos responsáveis religiosos do tempo.
“Em todas estas reações, emergem corações fechados diante do sinal de Jesus, por diferentes razões: porque procuram um culpado, porque não se sabem maravilhar, porque não querem mudar, porque estão bloqueados pelo medo”, advertiu.
O Papa elogiou a reação do cego, capaz de testemunhar o que lhe aconteceu “da maneira mais simples”, explicando: “Era cego e agora vejo”.
“Não tem medo do que os outros dirão: o gosto amargo da marginalização já o conheceu, durante toda sua vida, já sentiu sobre si a indiferença e o desprezo dos transeuntes, daqueles que o consideravam como um descarte da sociedade, útil no máximo para o pietismo de algumas esmolas”, acrescentou.
Jesus, sublinhou Francisco, ajuda a “renascer” e a recuperar a dignidade.
“Qual é a nossa posição, o que teríamos dito então? E acima de tudo, o que fazemos hoje? Como o cego, sabemos ver o bem e agradecer os dons que recebemos?”, perguntou.
O Papa encerrou a sua reflexão com o desafio de “ver as várias circunstâncias da vida, mesmo as mais difíceis de aceitar, como oportunidades para fazer o bem, como Jesus fez com o cego”.
“Que Nossa Senhora nos ajude nisto, juntamente com São José, um homem justo e fiel”, concluiu.
(Com Ecclesia)