Igreja recorda um dos santos mais célebres e venerados da Europa
A Igreja Católica celebra hoje a festa litúrgica de São Martinho (316-397), bispo de Tours (França) e antigo militar, famoso pela atenção aos pobres, simbolizada na imagem da capa cortada ao meio, para abrigar um pedinte.
Esse episódio foi destacado pela catequese que Bento XVI, Papa emérito, dedicou a este santo, em 2007, apresentando-o como exemplo de “caridade fraterna”
“Quando era ainda jovem soldado [São Martinho], encontrou na estrada um pobre entorpecido e trémulo de frio. Pegou no seu manto e, cortando-o em dois com a espada, deu metade àquele homem. Nessa noite apareceu-lhe Jesus em sonho, sorridente, envolvido naquele mesmo manto”, relatou.
Para Bento XVI, o bispo de Tours revela “a lógica da partilha, com a qual se expressa de modo autêntico o amor ao próximo”.
“Só através de um compromisso comum de partilha, é possível responder ao grande desafio do nosso tempo: isto é, de construir um mundo de paz e de justiça, no qual cada homem possa viver com dignidade”, disse então.
São Martinho nasceu no seio de uma família pagã na Panónia, atual Hungria, e foi orientado pelo pai para a carreira militar, mas ainda adolescente inscreveu-se entre os catecúmenos para se preparar para o Batismo.
Tendo-se despedido do serviço militar, foi a Poitiers, na França, para junto de santo Hilário, bispo que o ordenou diácono e padre.
Martinho escolheu a vida monástica e deu origem, com alguns discípulos, ao mais antigo mosteiro conhecido na Europa, em Ligugé.
Cerca de dez anos mais tarde, os cristãos de Tours aclamaram-no como seu bispo, cargo que o santo ocupou até à sua morte.
Em Portugal, é célebre a expressão «verão de São Martinho», aplicada a três dias de sol e calor no meio do outono, tidos como recompensa ao então soldado romano por ter repartido o seu agasalho com um pobre.
A esta data associa-se também a celebração do Magusto, uma festa popular com a presença, um pouco por todo o país, de castanhas, vinho novo e água-pé.
Ecclesia/lusa