Pastoral penitenciária em Angra retoma celebrações e debate-se com dificuldades na angariação de voluntários e bens de primeira necessidade ao nível da higiene
Depois de um ano de suspensão, durante a pandemia e de uma reabertura a conta-gotas, os voluntários do Estabelecimento Prisional de Angra começam a regressar e. dos cerca de 300 reclusos, 200 participam semanalmente no culto.
“Todas as semanas temos celebrações e nelas participam cerca de 200 pessoas”, embora agora de forma separada: homens e mulheres não estão juntos, embora esta cadeia tenha uma ala feminina que conta com cerca de 20 reclusas, adianta ao Igreja Açores Fernanda Evangelho, a coordenadora do grupo de voluntários que presta assistência espiritual e material neste estabelecimento de reclusão com capacidade para 370 presos.
O rosto de uma das voluntárias açorianas mais conhecidas neste serviço da Pastoral da Igreja, em declarações ao Igreja Açores, lembra que as marcas deixadas pela pandemia são grandes e , na verdade, “difíceis de ultrapassar”.
“O período da pandemia foi muito difícil para todos e deixou marcas profundas” disse Fernanda Evangelho.
“Por causa do Covid estiveram fechados nas celas durante muito tempo e esse isolamento deixou sequelas que ainda hoje estão para durar” referiu ainda.
Os presos, maioritariamente oriundos de outras ilhas, sobretudo de São Miguel, enfrentam algumas necessidades materiais, nomeadamente ao nível de roupa e de produtos de higiene.
“Nós vamos fazendo alguns peditórios mas há cada vez menos donativos e menos voluntários o que torna tudo mais difícil” refere, ainda, Fernanda Evangelho.
A Pastoral Penitenciária de Portugal é a ação pastoral da Igreja Católica em Portugal relacionada com o meio prisional. É um serviço inserido no Secretariado Nacional da Pastoral Social e diretamente dependente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e da Mobilidade Humana, da Conferência Episcopal Portuguesa.
O serviço da Pastoral Penitenciária tem três grandes objetivos: prevenir a delinquência; levar a paz e a serenidade de Cristo Ressuscitado aos cidadãos presos e oferecer um caminho de reabilitação e reinserção na sociedade.