Bispo de Angra e responsáveis falam “no perfume da hospitalidade” transformado em “cuidado”
A Casa de Saúde de São Rafael, em Angra do Heroísmo, assinalou esta quarta-feira o dia da festa de São João de Deus, numa altura em que a instituição procura equiparar as instalações físicas à excelência do quadro técnico, como assinalou o diretor técnico, Marco Pavão.
“Nós estamos a construir o futuro da Casa de Saúde de São Rafael, equiparando a estrutura física, através de uma série de obras de remodelação das instalações, à excelência do quadro técnico” afirmou Marco Pavão, ao sublinhar a hospitalidade como “um cuidado ao estilo de São João de Deus”.
A festa deste santo da Igreja foi celebrada com uma procissão, eucaristia e almoço convívio, num dia “especial para a comunidade”, que está nos Açores há 96 anos e que se debate sempre com problemas de ordem financeira.
“Uma das questões mais prementes é o financiamento: sem dinheiro e sem o justo pagamento do cuidado que aqui é prestado é mais difícil, desde logo porque se trata de uma estrutura física muito grande que está sempre a necessitar de obras” referiu. A casa de Saúde de São Rafael, que tem um protocolo com a diocese de Angra para acolhimento de sacerdotes a necessitar de cuidados continuados, tem capacidade para 181 utentes em regime de internamento e 40 utentes em Centro de Dia, e a lotação “está sempre a rondar mais de 95%”.
O bispo de Angra, D. Armando Esteves, que presidiu à eucaristia, sublinhou o “significado” desta casa para a diocese, destacando “o coração grande que aqui se encontra”.
“Quando aqui chegamos a vida dá um salto ” porque “São João de Deus deixou um exército de irmãos capazes de dar a vida pelo outro”.
“São João de Deus olhava bem mais à salvação do que à doença”, num tempo “em que não sabíamos lidar uns com os outros” mas que ele “através do pão do saber, do amor, do serviço, da amizade, do ouvido e do coração” desenvolvia uma “grande técnica cuidando do espírito e da saúde”.
“A técnica que utilizava a partir do Evangelho fez com que nenhum irmão ficasse desamparado” recordo o bispo de Angra, D. Armando Esteves.
A festa que se celebra nos cinco continentes, onde há casas dos Irmãos de São João de Deus, é a festa “do perfume da hospitalidade” assinalou o Irmão superior da comunidade em Angra, Ir. Joaquim Ramos.
“Era uma flor plantada no seio da Igreja e hoje, no contexto em que vivemos, este carisma, juntamente com o de São Francisco de Assis, faz muita falta. Precisamos de mais fraternidade e amor”, concluiu o religioso.