Seminaristas vão ao encontro de jovens e comunidades paroquiais para “despertar” vocações
A Semana dos Seminários é “uma oportunidade” para mostrar o que é a experiência de viver no Seminário mas, sobretudo, para testemunhar o que é ser chamado por Jesus para o sacerdócio” e, por isso 13 dos 17 seminaristas dos Seminário de Angra partem ao encontro de diferentes comunidades paroquiais açorianas.
Esta é a opinião generalizada destes missionários que deixam o ritmo normal das aulas para se dedicarem, em exclusivo, ao trabalho pastoral durante a Semana dos Seminários que se realiza entre hoje e o próximo dia 16.
“Na minha visita às ilhas das Flores e de S. Miguel durante este período, terei oportunidade de encontrar-me com jovens, escuteiros, acólitos e, ainda, a possibilidade de visitar as escolas. Admito ser uma experiência fantástica quer por rever-me naquela ânsia e curiosidade transmitida por alguns em saber o que é “ser seminarista”, quer pela consciência de ser apóstolo e ir ao encontro destes jovens, interpelando-os com a pessoa de Jesus Cristo, que também me chamou”, disse ao Sítio Igreja Açores Pedro Lima, seminarista do 5º ano, natural do Faial.
“Realço também o encontro com os párocos, conhecer novos horizontes fora daquilo que estou habituado… A vida no seminário não é como a vida de um pároco e esta experiência ajuda-nos a discernir e a entender a missão de proximidade, humildade e abertura para com a comunidade”, sublinha o jovem, candidato ao sacerdócio.
Esta saída missionária, de resto proposta pelas orientações diocesanas de pastoral, a que se junta o mote nacional para esta Semana dos Seminários – “Servidores de Alegria do Evangelho”- tem como “primeiro grande foco darmos não só um testemunho vocacional mas darmos a conhecer um Cristo que chama constantemente operários para a Messe”, refere Aurélio Sousa, natural das Sete Cidades, em Ponta Delgada e aluno do primeiro ano.
Nestes encontros programados nas diferentes ilhas, com crianças de catequese, adolescentes, adultos e párocos, para dar a conhecer como é a vida de um seminarista, como se forma um padre ou como funciona e se vive dentro do Seminário, “a casa que molda futuros pastores”, “admito que as respostas que levamos até possam ser ineficazes” pois “mais que panfletos e cartazes, é necessário um coração aberto e humilde que ofereça um sorriso escancarado de quem leva consigo a alegria do evangelho”, destaca ainda este seminarista micaelense.
“O grande objetivo desta semana é dar a conhecer uma Igreja aberta” e, por isso, “o dever é suscitar `artérias´ para aquele que é e sempre será o coração desta diocese, o Seminário de Angra”, conclui Aurélio Sousa.
Nelson Pereira, aluno do 4º ano, considera que é “a semana privilegiada para o despertar de vocações sacerdotais” e, lembrando a passagem de Mateus de que “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos” deixa o pedido para que , em toda a diocese “se reze para que o senhor envie mais operários”.
“Esta semana dedicada aos seminários permite-nos chamar à atenção das pessoas, e em particular dos jovens, para a importância da descoberta da nossa vocação, da escolha de um rumo concreto para a nossa vida”, refere o seminarista.
“Nos tempos de hoje, onde encontramos uma grande perda de valores morais e uma crescente indiferença, penso que urge alertar os mais jovens para uma escolha e vivência correcta da vocação a que se sentem chamados”, sublinha este seminarista, que não deixa de alertar “para a necessidade de corrigir alguns preconceitos sobre o que é um Seminário ou como se forma um sacerdote”.
Pedro Aguiar, natural das Lajes , ilha do Pico coloca o enfoque do trabalho pastoral que o espera na próxima semana como um momento de dar e de receber. “O Seminário dá-se, para mais tarde receber novas vocações”.
Para este seminarista do sexto ano, um dos dois seminaristas que será ordenado diácono este ano e no final do ano letivo sacerdote, trata-se de uma “oportunidade única para conhecer novas realidades e novas pessoas e de falar de algo que nos é tão querido, a nossa vocação”, mas “vamos também aprender, com aquelas pessoas que vamos encontrar e que muito tem para nos ensinar”.
Os 13 “apóstolos” que partem em missão vão percorrer todas as ilhas do arquipélago à exceção do Corvo, durante a Semana dos Seminários que, decorre de hoje até 16 de novembro, e que arrancou com duas vigilías de oração pelas vocações nas quais esteve a intenção do Reitor do Seminário Episcopal de recolocar a instituição “no coração da Diocese”.
“Mais do que nunca necessitamos da colaboração de todas as comunidades e párocos, especialmente da oração e da ajuda material. A formação nesta instituição não pode ser suportada só por parte da Igreja que está nos Açores” diz o Reitor do Seminário Episcopal de Angra, Pe Hélder Miranda Alexandre, na mensagem enviada a todas as comunidades e agentes de pastoral.
Neste breve texto, o responsável pela equipa de formação do Seminário- que integra ainda o Vice Reitor, Pe Ricardo Henriques; o Diretor Espiritual, Pe Gregório Rocha e o Prefeito de Estudos, Pe Júlio Rocha- refere a necessidade de “potenciar” vocações e, lembrando as palavras do Bispo de Angra, sublinha que “esta é uma ocasião propicia para consolidar todo o apoio e ação em prol das vocações aos ministérios sagrados”.
“Abandonemos igualmente as criticas destrutivas”, apela o Reitor na mensagem, destacando que há um trabalho a fazer nas diferentes ilhas, pois há lugares “que não têm qualquer seminarista há muitos anos”.