A Paz não se alcança apenas por acordos políticos; é sobretudo um dom de Deus, afirma Cónego Hélder Fonseca Mendes

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Administrador Diocesano preside no primeiro dia do ano na Sé e evoca Bento XVI

O Administrador Diocesano evocou hoje na primeira Missa do ano na Sé, a que presidiu, o falecido Papa Bento XVI e rezou pela Paz, assinalando a solenidade litúrgica de Santa Maria, Mãe de Deus.

“Neste dia não podemos esquecer o agora defunto Bento XVI, o papa emérito, que o Senhor ontem chamou a Si, terminando assim 95 anos do seu percurso na história humana, da Igreja e da salvação, e 8 anos de pontificado, como sucessor de São Pedro” disse o cónego Hélder Fonseca Mendes, recordando algumas das palavras dirigidas pelo Papa germânico na sua passagem por Portugal, em maio de 2010.

De entre as muitas palavras recordou as últimas que o Pontífice deixou no discurso de despedida em Portugal a 14 de Maio de 2010, quando Bento XVI pediu “concórdia” entre o povo português, “grandeza de alma, profundo sentido de Deus, abertura solidária, pautada por princípios e valores bebidos no humanismo cristão” fazendo votos que a visita apostólica a Portugal fosse um incentivo para “um renovado impulso espiritual e apostólico”.

O cónego Hélder Fonseca Mendes começou por lembrar na homilia o significado deste primeiro dia do ano.

“Começamos hoje um novo ano guiados pela mão da esperança cristã; iniciamo-lo invocando a bênção divina e implorando, por intercessão de Maria, Mãe de Deus, o dom da paz” afirmou salientando que a paz “é um um dom de Deus” e não apenas o resultado da vontade dos homens.

“A paz verdadeira que é anunciada pelos anjos na noite de Natal, não é simples conquista do homem ou fruto de acordos políticos; é antes de tudo dom divino que se deve implorar constantemente e, ao mesmo tempo, compromisso que se deve levar em frente com paciência, permanecendo sempre dóceis aos mandamentos e bem-aventuranças evangélicas” afirmou recordando várias passagens da Mensagem do Papa Francisco para este Dia Mundial da Paz.

A homilia referiu também o dogma da maternidade divina de Maria (Theótokos), definido no Concílio de Éfeso, em 431.

“O nosso pensamento dirige-se agora para Nossa Senhora, que hoje invocamos como Mãe de Deus” referiu acrescentando: “Este mistério, a encarnação do Verbo e a maternidade divina de Maria é grande, e certamente não é de fácil compreensão unicamente com à inteligência humana. Mas na escola de Maria podemos captar com o coração aquilo que os olhos e a mente não conseguem compreender sozinhos, nem podem conter (…) trata-se de um dom tão grande, que só na fé nos é dado acolher, mesmo sem compreender tudo. E, precisamente, neste caminho da fé, Maria vem ao nosso encontro, é para nós, amparo e guia. Ela é Mãe porque gerou na carne Jesus; é “mater” porque nos deu a matéria; é-o porque aderiu totalmente à vontade do Pai”.

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