Celebra-se este ano o 20º aniversário da Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae, publicada por João Paulo II a 16 de outubro de 2002, instituindo os Mistérios Luminosos
A oração do Rosário, ou do Terço como é mais popularmente conhecida (por ser uma terça parte da oração original que os monges rezavam no Ofício das Horas, que tinha por base o Saltério) foi particularmente estimulada pelo Papa João Paulo II a partir da Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae, publicada há 20 anos, onde o Papa polaco afirmava “O Rosário é a minha oração predilecta. Oração maravilhosa! Maravilhosa na simplicidade e na profundidade.”
Hoje, 20 anos volvidos, e embora já menos rezada em família “é uma oração que deve ser louvada e promovida” afirma o padre José Júlio Rocha.
“É uma oração simples, repetem-se Avé- marias, Pai-nossos e jaculatórias, mas ensina-nos a memorizar e, acima de tudo, a sermos fiéis” afirma o sacerdote sublinhando que “os mistérios e a estrutura” permitem-nos um “encontro com Deus”.
“O Terço torna-se uma oração bonita quando para além das Avé-marias, Pai-nossos e jaculatórias pensamos nos mistérios da vida de cristo e damos-lhe uma intenção”, refere o sacerdote, doutor em Teologia Moral e antigo assistente do Movimento da Mensagem de Fátima, lugar onde a oração do Terço foi pedida insistentemente por Nossa Senhora aos Pastorinhos, nas suas seis aparições, entre maio e outubro de 1917, de acordo com o relato de Lúcia.
“Os cristãos não se devem ficar apenas pela oração do Terço pois podemos cair na tentação de ouvir apenas palavras” alerta o sacerdote.
“Qualquer oração convoca-nos a repetir palavras, mas há outros níveis de oração que devemos ter presente: a espontaneidade e o silêncio” refere.
“Rezar é falar com Deus a partir de um coração sofrido, que louva, que dá graças, que suplica”, mas, rezar “é também deixar que Deus fale connosco” adianta o padre José Júlio Rocha.
“Esta é a forma mais exigente de rezar, mas é também a mais bonita de todas”, refere.
O Terço é também uma das marcas da Jornada Mundial da Juventude que Lisboa acolherá no próximo verão de 1 a 6 de agosto.
“A participação dos Jovens na oração do Terço é muito significativa: animando com canções fazendo brilhar as Avé-marias e os Pai-nossos…Com o Terço pode fazer-se qualquer tipo de contacto com Deus”.
O Rosário é uma oração cuja origem se perde nos tempos. A tradição diz que foi revelado a S. Domingos de Gusmão (1170-1221), numa aparição de Nossa Senhora, quando ele se preparava para enfrentar a heresia albigense.
Na sua Carta apostólica “O Rosário da Virgem Maria”, João Paulo II convidou os cristãos a rezar esta oração para aprender de Maria “a contemplar a beleza do rosto de Cristo e a experimentar a profundidade do seu amor”.
Nos Açores a reza do Terço está muito ligada ao culto do Espírito Santo e às Romarias quaresmais. Também as novenas que precedem as principais festas levam os açorianos a ter no terço uma das orações mais presentes.
São quatro os Mistérios: da Glória (domingo e quarta-feira); da Alegria (segunda e sábado); da Dor (terça e sexta-feira) e da Luz (quinta-feira).