Sacerdote de Santarém orienta XXVII Semana Bíblica de São Miguel
O Diretor da Escola Diocesana de Teologia e Ministérios, da diocese de Santarém, regressa pela sétima vez aos Açores, desta feita para orientar a XXVII Semana Bíblica de São Miguel, que começa no próximo dia 22, na Ribeirinha.
“A todos convido para lermos a Palavra de Deus. Espero que se organizem para participar nestes serões descontraídos onde juntos, leremos e refletiremos sobre a Palavra. A presença de todos também me enriquece a mim” diz o padre Francisco Ruivo numa entrevista ao Igreja Açores.
O Sacerdote vai orientar a próxima Semana Bíblica na maior ilha açoriana a partir de uma reflexão sobre o livro do Apocalipse, “um dos mais difíceis embora também mais lidos” da Bíblia, reconhece.
“Nestes encontros- entre 22 e 25 de novembro- vou tentar desmistificar o livro do Apocalipse, que reúne uma componente muito forte de simbologias: não nos fala do fim do mundo, mas de uma mensagem de esperança para as Igrejas; e neste caso para uma Igreja que conta sempre com a presença de Deus” ainda o sacerdote na entrevista durante a qual sublinha a importância do conhecimento da Palavra de Deus.
“Todos, que somos cristãos temos uma Bíblia, mas não a lemos… Por isso, o primeiro bloqueio que vejo a esta falta de leitura prende-se com o facto de não conhecermos a Palavra de Deus”, adianta o sacerdote.
“Não sentimos atração pela Palavra de Deus e isso só acontece porque A desconhecemos”, enfatiza lembrando que “ o primeiro desafio é descobrir Deus, através da Sua palavra”.
Por isso, recomenda: “é preciso que possamos ler a Bíblia com alguma assiduidade, fazer uma leitura continua e diária para percebermos que, por ali, passa um projecto de vida que Deus tem para todos e cada um de nós”, diz ainda o padre Francisco Ruivo.
“Há necessidade de descobrir Deus a partir da Sua palavra: deixem que Deus habite o vosso lar. Creio que a urgência é termos a ousadia de criarmos pequenos grupos de reflexão bíblica que a leiam, a estudem, reflitam sobre ela e a tragam para a vida”, recomenda.
Nesta entrevista, o sacerdote que é também o Assistente Nacional da Pastoral Familiar lembra que a Igreja tem de ser capaz de acolher as novas realidades da família e tem de sair para a rua.
“Vivemos um ponto de viragem na Igreja que se concretizou com o Sínodo; todo este caminho, que somos chamados a percorrer é paralelo aos dramas e angustias diante de um mundo fragilizado por guerras, pelas perseguições à Igreja. Por isso, o grande desafio que se coloca à Igreja é ser cada vez mais mãe, mais próxima e atenta destas realidades”, refere o sacerdote de Santarém.
“Esta proximidade pressupõe não olharmos para o lado, presos às nossas liturgias, mas a estarmos na rua para anunciar uma mensagem de esperança”, conclui.
Nesta entrevista o sacerdote fala ainda sobre o novo bispo de Angra, que “conhece pessoalmente” e sobre quem destaca “a capacidade de escuta e a vontade de caminha”; da pastoral social que se exige à Igreja e sobre os abusos sexuais “uma chaga dentro da Igreja porque colocou sofrimento em tantas e tantas pessoas”, a que importa “pôr um fim”.