Texto do Bispo de Angra vai na linha da exortação apostólica do papa Francisco e apela a uma renovação
O Bispo de Angra diz que a melhor forma de celebrar os 480 anos da Diocese é “assumirmos que a igreja tem de levar para a frente a renovação” , abrindo um processo de conversão pastoral e missionária que “não pode deixar as coisas como estão”.
No texto que escreveu para o Sítio Igreja Açores para assinalar os 480 anos da Diocese de Angra, cujas celebrações começam esta segunda feira e se estendem até ao próximo domingo, D. António de Sousa Braga segue a linha de orientação proposta pelo Papa Francisco e diz que “urge uma renovação pastoral, em chave missionária” assente em “três dimensões: Anúncio, Celebração eTestemunho”.
O Bispo de Angra diz que é preciso ter em conta que o anuncio deve “ressoar continuamente”, o que implica uma “disponibilidade” para “formação permanente de leigos seguindo o modelo catecumenal”.
“O processo catecumenal dos primeiros tempos da Igreja, que preparava para o Batismo, não era um curso de catequese, mas uma caminhada concreta de iniciação e prática de vida cristã”, adianta o prelado diocesano.
D. António de Sousa Braga refere que é preciso “prestar muita atenção” à religiosidade popular, que “exprime alguma vivência de fé, que precisa ser continuamente iluminada pela luz do Evangelho, para se purificar e tornar cada vez mais fiel às suas raízes cristãs”.
Para o Bispo de Angra é, igualmente importante, que os cristãos “saibam viver a fé” e, a liturgia, “é a primeira escola da fé”. Por isso, o responsável pela igreja nos Açores acentua a importância da participação na eucaristia e deixa uma palavra para o clero.
“Sabemos que a Eucaristia vale por si e não tanto por aquilo que fazemos. Mas, para que haja vivência desta presença salvadora e libertadora de Cristo, é necessário preparar bem a celebração e promover a participação ativa dos fiéis. Eles têm de sair da igreja, sentindo-se mais Igreja”, adianta ainda o prelado.
Finalmente, deixa uma palavra sobre o testemunho, o terceiro pilar da conversão pastoral e missionária.
“ Só podemos ser evangelizadores, na medida em que procurarmos viver o que anunciamos e celebramos. E o grande testemunho que temos de dar é o do amor do próximo, que tem a sua máxima expressão na misericórdia, que consiste na capacidade de se compadecer, isto é, de `padecer-com´, pondo-se no lugar do outro, como o Filho de Deus, que se fez um de nós, assumindo a nossa condição humana”, diz D. António de Sousa Braga.
“E o testemunho deve partir do próprio seio da orgânica da Diocese, onde haja lugar para todos. Num território descontínuo como o nosso, tem de haver todo o cuidado, para que não se formem periferias eclesiais” refere o Bispo de Angra sublinhando a anecessidade de “criação de condições para que os Ouvidores possam assumir o necessário protagonismo, em íntima ligação com o Bispo”, conclui.