A Igreja só cumprirá o seu papel se assumir postura missionária

Bispo de Angra preside à celebração dos jubileus sacerdotais de 12 padres diocesanos no dia da jornada de orção pela santificação do clero.

Só uma atitude missionária da igreja pode promover o encontro com o outro, disse esta manhã o Bispo de Angra durante a celebração eucarística que teve lugar na Sé para assinalar os jubileus sacerdotais de 12 padres açorianos.

 

Destacando a importância do desafio do papa Francisco para que a Igreja saia em chave missionária, D. António de Sousa Braga disse “se a Igreja inteira assumir este dinamismo missionário, há de chegar a todos sem exceção”, lembrando que em primeiro lugar estão “os pobres que são os destinatários privilegiados do Evangelho e a evangelização dirigida gratuitamente a eles é sinal  do Reino que Jesus trouxe”.

 

Este ano há 12 sacerdotes na diocese de Angra que comemoram o jubileu da sua ordenação presbiteral e, nesta sexta feira, são celebrados os 50 anos de ordenação sacerdotal dos Padres Abilio Morais e Pedro Lima e do Cónego António Rego e, os 25 anos de ordenação dos Padres João Bettencourt Neves e João Paulo Brasil.

 

A propósito da oração pela santificação do clero, assinalada na Solenidade do Coração de Jesus, o prelado diocesano deixou um desafio para que os sacerdotes saiam das zonas de conforto e sejam “ousados e criativos” no repensar “dos objetivos, das estruturas, do estilo e dos métodos evangelizadores”.

 

O Bispo de Angra insistiu na importância do papel pastoral do sacerdote e recomendou “maior preparação” das homilias em detrimento do trabalho administrativo, “sem exibicionismos” e com “uma verdadeira inserção junto da comunidade”, tocando-a “tal como Jesus fez de uma forma absolutamente gratuita”, concluiu o prelado diocesano.

 

A Eucaristia, concelebrada pela maioria do clero da ilha Terceira, contou, ainda, com a presença de alguns dos sacerdotes jubilados que receberam no fim uma bênção apostólica do Papa Francisco.

 

Os restantes jubileus, seis, têm sido assinalados ao longo do ano, noutras cerimónias, como a que decorreu em abril, em Ponta Delgada, aquando da inauguração da Casa Betânia em que foram homenageados os padres João Raposo Leite, P. José Gregório Soares de Amaral e P. Manuel Medeiros de Sousa.

 

A efeméride jubilar na diocese de Angra, este ano inclui, ainda, os 65 anos de ordenação sacerdotal de D. Arquimínio Rodrigues da Costa, bispo emérito de Macau, residente na ilha do Pico, Mons. Júlio da Rosa e P. Escobar (recentemente falecido), residentes na ilha do Faial, e o Cón. Artur Pacheco Custódio.

 

A Jornada Mundial de Oração pela Santificação do Clero coincide com a festa do Coração de Jesus, uma longa tradição da Igreja católica, que este ano celebra 58 anos da encíclica “Haurietis Aquas” de Pico XII, sobre este culto.

 

O documento do Papa Pio XII exortava os crentes a abrirem-se ao mistério de Deus e do seu amor, deixando-se transformar por ele.

 

Embora tenha fundamentos bíblicos, patrísticos e tradicionais, a devoção ao Coração de Jesus só começou a crescer na Igreja nos meados do séc. XVII, em reposta ao rigorismo do jansenismo e, mais tarde, contra o racionalismo e laicismo, favorecida pelo clima sentimental e romântico desses tempos.

 

Para isso concorreram principalmente as revelações a Santa Margarida Maria Alacoque, em Paray-le-Moniale (1672-1675), divulgadas por S. Cláudio La Colombière, o apostolado de S. João Eudes (1601-1680), o eco encontrado na piedade popular e o favor dos Papas.

 

Clemente XIII (1765) concedeu como privilégio a celebração litúrgica do Coração de Jesus à Polónia e Pio IX (1856) estendeu a festa à Igreja universal, que é actualmente celebrada na sexta-feira da 2ª semana a seguir ao Pentecostes, oito dias depois da festa do Corpo de Deus.

 

A devoção dirige-se à pessoa de Jesus, como sinal vivo do amor de Deus pelos homens, reflectindo-se particularmente na devoção à Eucaristia (especialmente na festa do Corpo de Deus) e a Cristo-Rei.

 

Em Portugal, esta devoção, ligada à devoção das Chagas de Cristo, data pelo menos de 1728 e teve como grande impulsionadora a rainha D. Maria I, que obteve do Papa a prescrição da festa do Coração de Jesus em todo o reino e ergueu em sua honra a Basílica da Estrela.

 

A ligação desta devoção ao Apostolado da Oração também contribuiu para a sua expansão.

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