D. Rui Valério sublinha que as Forças Armadas “dão esperança” e “restituem o sentido de patriotismo e cidadania”
O bispo do Ordinariato Castrense de Portugal disse hoje em São Jorge, Açores, que as Forças Armadas combatem o “inimigo do desespero”, “instauram a esperança e restituem força e vida”, nas “diferentes crises” que afetam as pessoas e o país.
“Quando socorrem populações, quando se envolvem no combate à pandemia, quando se fazem presentes nos abalos das comunidades, quando estão empenhadas na prevenção e vigilância aos incêndios florestais, quando abraçam a causa da vida e dos problemas dos portugueses”, explicou D. Rui Valério, na igreja paroquial de Velas, na ilha de São Jorge, onde está a decorrer desde ontem (dia 2) o “Dia do Estado-Maior General das Forças Armadas”.
A escolha desta Ilha, para realizar esta celebração, prende-se com o próprio “São Jorge”, que dá nome à Ilha e que é também o Padroeiro das Forças Armadas de Portugal, por decisão que remonta ao Rei D. João I e a Nun’Alvares Pereira, São Nuno de Santa Maria.
Hoje, os “adversários de Portugal e dos portugueses” são as diferentes crises: “Desde a sanitária-pandémica, à social e económica, pelo abrupto aumento do preço dos bens essenciais, passando pela civilizacional causada guerra”, sublinhou o prelado.
“Há, contudo, um grande inimigo do nosso povo: é o desespero; é a desilusão, é o medo”, alertou D. Rui Valério.
O responsável católico sublinhou que as Forças Armadas de Portugal são uma “fonte de esperança para os portugueses”, restituem-lhes o sentido de cidadania e patriotismo.
A Marinha, o Exército e a Força Aérea “estão na primeira linha a combater as mais devastadoras adversidades”, e “implementam a paz e garantem a segurança de povos e nações”, em terrenos internacionais.
Na celebração, D. Rui Valério pôs em relevo “três instâncias de referência”: São Jorge, padroeiro do EMGFA, que recorda “qual a real ameaça para o ser humano, mas também nos desafia a combatê-la”; São Nuno de Santa Maria, o seu patrono, que é “referência incontestável de todo o soldado português” e a sua atualidade é “desconcertante e manifesta-se com admirável esplendor nestes conturbados tempos”; e o horizonte de referência, pelas palavras de São Paulo, na pergunta, ‘Que possuis que não tenhas recebido?’, e “remete para a contemplação da Pátria amada”.
A partir da liturgia proclamada na celebração evocativa, do Evangelho de São Lucas- “Passava Jesus através das searas num dia de sábado e os discípulos apanhavam e comiam as espigas, debulhando-as com as mãos”- D. Rui Valério frisou que entre as “searas que florescem” em Portugal estão as Forças Armadas que produzem valores e os princípios: “As ações e o caráter que nutrem e iluminam a vida de quem a constrói e defende, proporcionando aos cidadãos liberdade e justiça, fraternidade e segurança e garantindo a força da autodeterminação do país”.
A Missa Solene, no 48º aniversário da criação do EMGFA, na igreja paroquial dedicada a São Jorge, foi concelebrada pelo Administrador Diocesano, cónego Hélder Fonseca Mendes, pelo ouvidor eclesiástico de São Jorge, Padre Manuel António das Matas e pelos capelães militares.
Para estas celebrações foram mobilizados cerca de trezentos Militares, acompanhados pelos Chefes dos Ramos e pelo Chefe do Estado Maior-General das Forças Armadas, Almirante António Silva Ribeiro, para além do Presidente do Governo Regional dos Açores, Pelo Presidente da Assembleia Legislativa e pela Ministra da Defesa Nacional.
Já ontem teve lugar uma Homenagem aos Mortos em Combate, na vila da Calheta, onde o Capelão Leonel Castro, da Força Aérea, proferiu a Oração pelos Mortos.