“Um cardeal ama a Igreja sempre com o mesmo fogo espiritual, nas questões grandes e pequenas” disse o Papa Francisco
O papa Francisco presidiu esta tarde ao seu oitavo consistório no qual fez 20 novos cardeais, 16 dos quais com direito a voto no Colégio Cardinalicio; quatro têm mais de 80 anos e por isso não poderão eleger o novo Papa.
Entre os novos cardeais, estão o arcebispo de Timor Leste, Dom Virgílio do Carmo da Silva; o arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa e o arcebispo de Manaus, Dom Leonardo Steiner.
Também foi votada a causa de canonização de dois beatos: João Batista Scalabrini, bispo de Piacenza, fundador da Congregação dos Missionários de São Carlos e da Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo, mais conhecidos como Scalabrinianos, e Artêmides Zatti, leigo professo dos Salesianos.
A celebração começou com o canto Tu es Petrus e o agradecimento do primeiro cardeal da lista, Dom Arthur Rocha, prefeito da Congregação para o Culto Divino.
Em seguida, o Papa pronunciou a fórmula para a criação dos novos purpurados, que juraram fidelidade e obediência ao Pontífice e seus sucessores “até o derramamento de sangue”. Um a um aproximaram-se da sede do Papa para receber os símbolos do cardinalato de joelhos: solidéu vermelho, barrete, anel, a bula com a atribuição do Título/Diaconia. Todos receberam o abraço da paz de Francisco, um gesto repetido logo depois pelo cardeal decano, o primeiro dos cardeais presbíteros e o primeiro dos diáconos, representando todo o Colégio dos Cardeais.
Na homilia, o Papa falou do espírito que deve animar a missão dos cardeais: abertura a todos os povos da terra e atenção aos pequenos, aqueles que são grandes diante de Deus.
“Um Cardeal ama a Igreja, sempre com o mesmo fogo espiritual, tanto nas grandes questões como nas pequenas; tanto no encontro com os grandes deste mundo, como com os pequenos, que são grandes diante de Deus” disse Francisco.
“ O segredo do fogo de Deus, que desce do céu, iluminando-o de um extremo ao outro e que cozinha lentamente a comida das famílias pobres, dos migrantes ou dos sem-abrigo. Jesus quer lançar este fogo sobre a terra também hoje; ele quer acendê-lo novamente nas margens das nossas histórias diárias. Ele chama-nos pelo nome, olha-nos nos olhos e pergunta a cada um: Posso contar contigo?”, interpelou ainda o sumo pontífice na homilia da celebração de criação cardinalícia.
Na lista de novos cardeais está ainda uma das nomeações mais inesperadas, a do arcebispo Giorgio Marengo, um italiano de 48 anos que é administrador da Igreja Católica na Mongólia, onde há pouco mais de 1.500 católicos.
Após este consistório, o número total de cardeais aumenta para 227, os eleitores com menos de 80 anos passam de 116 para 132 e, desses, quase dois terços (83 cardeais) foram nomeados por Francisco.
O Papa Francisco vai reunir-se com os novos cardeais, entre segunda e terça-feira, para refletir sobre a nova Constituição Apostólica “Praedicate Evangelium”, que reforma a organização da Cúria, a administração da Igreja Católica.
Os nomes dos novos cardeais foram anunciados pelo Papa da janela do Palácio Apostólico durante o Angelus de 29 de maio, e obedeceu os critérios da internacionalidade e a predileção pelas “periferias”. Pela primeira vez, 4 países estão representados: Mongólia, Paraguai, Cingapura e Timor Leste.
(Com Vatican News)