O Papa Francisco criticou hoje a presunção “delirante” de travar o envelhecimento e defendeu a valorização dos idosos na Igreja e na sociedade.
“A presunção de parar o tempo – querer a juventude eterna, bem-estar ilimitada, poder absoluto- não é só impossível, é delirante”, advertiu, na audiência pública semanal.
Falando aos peregrinos reunidos no Auditório Paulo VI, o Papa rejeitou a ideia de uma “perfeição terrena imaginária”, sustentando que a vida “está destinada a ir além, através da passagem da morte”.
“A morte é uma passagem”, acrescentou.
Francisco apontou à vida com Deus e sublinhou que os seres humanos são sempre “aprendizes da vida”, chamados “a apreciar o dom de Deus, honrando a responsabilidade de o partilhar e de o fazer frutificar para todos”.
A nossa existência na terra é o tempo da iniciação à vida, que só encontra realização em Deus. Somos imperfeitos desde o início e continuamos imperfeitos até ao fim”.
O Papa falou da passagem do tempo como “uma promessa” e não uma “ameaça”, elogiando a sabedoria dos mais velhos.
“A velhice é nobre, não precisa de maquilhagem”, observou.
A intervenção sugeriu a criação de um “ministério especial da espera do Senhor”, nas comunidades católicas, encorajando “os carismas individuais e as qualidades comunitárias da pessoa idosa”.
“A velhice é a fase da vida mais adequada para difundir a boa notícia de que a vida é uma iniciação para uma realização definitiva. Os velhos são uma promessa, o testemunho de uma promessa: o melhor ainda está por vir”, concluiu.
Após a reflexão, Francisco saudou os vários peregrinos, incluindo os de língua portuguesa, entre eles um grupo da Diocese de Leiria-Fátima.
“Irmãos e irmãs, o Espírito Santo aumente a nossa fé, para que possamos verdadeiramente crer que o melhor de nossa vida ainda está por vir. Que Deus vos abençoe”, declarou.
(Com Ecclesia)