A Congregação para o Culto Divino enviou uma nota aos bispos e às Conferências Episcopais de todo o mundo sobre as celebrações da Semana Santa, que começa a 10 de abril, com a celebração dos Ramos, confiando à cada Igreja local as indicações a dar, perante a evolução da pandemia.
“Tendo em vista o abrandamento da pandemia, mesmo com ritmos diferentes em cada país, não pretendemos oferecer novas disposições para as celebrações da Semana Santa: a experiência que as Conferências Episcopais adquiriram nos últimos anos permite, certamente, enfrentar as várias situações da forma mais adequada, vigiando sempre para que sejam observadas as normas rituais contidas nos livros litúrgicos”, pode ler-se na nota, divulgada pelo Vaticano.
O texto recorda a “difícil situação da pandemia” que marcou as celebrações pascais dos últimos dois anos, convidando bispos e conferências episcopais a manter “a prudência, evitando gestos e comportamentos que possam envolver riscos”.
“Qualquer avaliação e decisão deve ser sempre feita de acordo com a Conferência Episcopal, que levará em consideração as normas que as autoridades civis competentes estabelecerão nos diversos países”, indica a Santa Sé.
A nota destaca a oração universal da liturgia da Paixão do Senhor, na Sexta-feira Santa, convidando a ter como intenção de fundo “o dom da paz para a Ucrânia” e as vítimas de “todos os outros conflitos, infelizmente sempre numerosos, em muitos países do mundo”.
Na oração universal invocaremos o Senhor pelos governantes (oração IX), para que ilumine as suas mentes e corações para buscar o bem comum em verdadeira liberdade e em verdadeira paz, e por aqueles que estão em provação (oração X), para que todos possam experimentar a alegria de ter encontrado a ajuda da misericórdia do Senhor”.
A Santa Sé pede que esta oração se faça desde já em prol dos irmãos “que vivem a atrocidade da guerra, especialmente na Ucrânia”.
Para a Sexta-feira Santa, a Congregação para o Culto Divino cita a indicação do Missal Romano – “em caso de grave necessidade pública, pode o ordinário do lugar autorizar ou até decretar que se junte uma intenção especial”.
Em Portugal, a Conferência Episcopal Portuguesa divulgou novas orientações para o culto e atividades pastorais, prevendo, entre outras medidas, a possibilidade de se realizar a tradicional visita pascal, suspensa desde 2020.
“No rito de adoração da cruz na Sexta-feira Santa, deve omitir-se o beijo na cruz, substituindo-o pela genuflexão ou inclinação; pode-se retomar a visita pascal, omitindo-se o beijo à cruz”, refere o documento, enviado à Agência ECCLESIA.
Em 2021, a CEP tinha mantido aa suspensão de procissões e outras manifestações populares da Semana Santa e Páscoa, entre elas o “compasso”; em 2020, por causa da pandemia, as celebrações não contaram com a participação da assembleia.
As orientações mantêm a recomendação de um “distanciamento responsável entre as pessoas” que não integrem o mesmo agregado familiar e do “uso de máscaras para todos”.
(Com Ecclesia)