Por Renato Moura
Continua a agressão russa, mortífera e destruidora na Ucrânia, perpetrada às ordens de Putin. Os horrores resultantes dessa loucura são vistos diariamente e nem aqui seria possível descrevê-los.
São incontáveis as muitas lições a recolher. Até na Europa acontece a guerra inesperada e pode alastrar em novas frentes. O investimento na defesa da Europa, para tantos soava a desperdício, mas afinal é indispensável.
Os ucranianos têm revelado uma dedicação e amor admiráveis, à sua pátria. Mostram uma devotada identificação com o seu país: não só os nascidos no território, mas também aqueles cuja nacionalidade foi outra. Com o Presidente Volodymyr Zelensky à cabeça, governantes e militares dão uma lição de serviço à Ucrânia: atraem e reúnem a disponibilidade de voluntários para a batalha; mobilizam a adesão duma numerosa e forte retaguarda de apoio; todos juntos, mostram ao mundo o sentimento de lealdade à sua pátria e defesa dos seus compatriotas. É a força desse orgulho pela pátria que tem permitido a resistência perante o exército russo incomensuravelmente mais poderoso. Merece reverência esse verdadeiro patriotismo.
O sentimento de solidariedade ucraniana está bem patenteado na adesão à causa da defesa da independência nacional. Ficou também evidente no auxílio e protecção principalmente aos idosos, às mulheres e às crianças. É uma solidariedade dos órgãos de poder, colectiva e individual, esta exemplarmente evidenciada pelos homens ao auxiliarem as suas famílias até ao encaminhamento para destinos seguros e ao ficaram para cumprimento corajoso do seu nobre dever de cidadania, que, não obstante os pode levar à morte.
O ataque levado a cabo pela Rússia permitiu demonstrar o sentimento esmagador de condenação das atrocidades no concerto das nações, como se verificou na ONU. Sendo a solidariedade um dos princípios dos direitos fundamentais da União Europeia, nem sempre isso parece real. Neste caso comprovou-se o sentimento de compreensão do sofrimento do povo ucraniano, demonstrado no acolhimento dos refugiados nos países europeus. Também se activou a cooperação mútua. Infelizmente parece ter sido necessária a perda de tantas vidas de europeus ucranianos e a destruição de tão valioso património, para se reavivar o espírito de desejável unidade europeia e a revalorização da NATO.
Os actos de compreensão para com a penúria dos refugiados têm-se sucedido e intensificado.
A arrogância, a ditadura e o imperialismo matam. A solidariedade e o patriotismo são princípios e são valores: edificam.