A partir da mensagem do Papa para esta Quaresma e de olhos postos na guerra na Ucrânia este organismo da Igreja refere a necessidade da paz e do bem
A Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) alertou hoje que, face à guerra na Ucrânia, esta Quaresma é um momento de convite a que os cristãos não se cansem de “fazer o bem”.
Numa reflexão sobre a Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma, a CNJP, órgão dependente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), escreve que, num momento em que se assiste a acontecimentos que se julgava “já não serem possíveis, por (…) parecer que seria incompreensível não ter aprendido as lições da história, no momento em que as vozes da destruição e da guerra parecem gritar mais alto” os cristãos são “convidados, com toda a veemência”, a não se cansarem, “nunca de fazer o bem”.
“Ainda a viver as consequências de uma pandemia global que não está terminada, somos agora confrontados com os horrores da guerra, que se mostram evidentes no território europeu (…). Uma imensa vaga de refugiados desta guerra vem ainda aumentar esse número, já gigante, de tantos irmãos nossos deslocados. Acolher os que fogem da guerra, vivendo com eles a experiência da hospitalidade, é certamente hoje uma das maneiras de concretizar uma das obras de misericórdia”, defende o órgão presidido por Pedro Vaz Pato.
Para a CNJP, “os cristãos, não podem, neste momento tão grave da história, deixar de semear o bem”, pelo que a Quaresma “tem de ser tempo favorável” para repensar o modo como se estão a educar e formar as novas gerações.
“O que ensinamos nas nossas escolas, o que partilhamos nas nossas catequeses, o que refletimos nas nossas formações tem de ser sementeira para criarmos um mundo diferente. Se quisermos verdadeiramente ousar o futuro diferente que se revela cada vez mais necessário e urgente”, é necessário desenvolver “um pacto educativo que potencie o talento humano e o ponha ao serviço do bem de todos”, defende a CNJP.
Promover “uma economia que coloque a pessoa no centro, destacando que essa é a maior riqueza” e cuidar da casa comum, “porque ela tem de ser um lar para todos”, bem como apoiar a família, “porque por ele passa o futuro da Igreja e do mundo” e construir a paz, “porque tudo pode ser perdido com a guerra”, adianta.
Face ao tempo que se vive, a paz “é mesmo um compromisso inadiável para todos os que se dizem cristãos. Ela é critério da autenticidade da experiência cristã”, acrescenta a CNJP.
(Com Lusa)