O Papa agradeceu hoje no Vaticano pelo acolhimento de refugiados na Polónia, evocando ainda as vítimas dos bombardeamentos russos na Ucrânia.
“Vós fostes os primeiros a apoiar a Ucrânia, abrindo as vossas fronteiras, os vossos corações e as portas das vossas casas aos ucranianos que fogem da guerra”, disse, na audiência pública semanal, dirigindo-se aos peregrinos polacos presentes no Auditório Paulo VI.
A intervenção foi sublinhada por uma salva de palmas da assembleia.
“Estais a oferecer generosamente tudo o necessário, para que possam viver dignamente, apesar da dramaticidade do momento. Estou-vos profundamente grato”, acrescentou Francisco.
O Papa deixou uma palavra especial ao tradutor para língua polaca, um frade franciscano de nacionalidade ucraniana, sublinhando que os seus pais estavam “em refúgios subterrâneos para se defenderem das bombas, num lugar próximo de Kiev”.
“Acompanhando-o, acompanhamos todo o povo que está a sofrer bombardeamentos, os seus pais idosos e tantos idosos que estão nos subterrâneos, para se abrigarem. Vamos trazer no coração a memória deste povo e muito obrigado, a ti, por continuares a trabalhar”, declarou.
Mais de 450 mil pessoas fugiram para a Polónia desde o início da guerra na Ucrânia, na madrugada de 24 de fevereiro, segundo o ministro do Interior polaco.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) indicou esta terça-feira que a invasão da Rússia provocou uma vaga de mais de 660 mil refugiados, alertando que os números estão a aumentar de forma “exponencial”.
O Governo português aprovou esta terça-feira um conjunto de medidas de acolhimento dos refugiados ucranianos.
O plano será articulado com as Câmaras Municipais, organismos da sociedade civil, IPSS e com a comunidade ucraniana.
Francisco assinalou esta manhã o início do tempo da Quaresma, no calendário católico, marcado pela jornada especial de oração e jejum pela paz na Ucrânia, nesta Quarta-feira de Cinzas.
“Que a nossa oração e jejum sejam uma súplica pela paz na Ucrânia, lembrando que a paz no mundo começa sempre com a nossa conversão pessoal, no seguimento de Cristo”, disse aos peregrinos.
Francisco convidou a viver o tempo de preparação para a Páscoa em “espírito de oração e penitência”, para pedir a Deus “a paz para todo o mundo”.
Começamos hoje o caminho da Quaresma. Convido-vos a percorrer este itinerário de conversão através da ajuda aos mais necessitados, da penitência feita com alegria e da oração confiante, pedindo intensamente ao Senhor o dom da paz. Que Deus vos abençoe”, referiu aos peregrinos de língua portuguesa.
(Com Ecclesia)