Em dia de jejum e oração, neste dia em que começa a Quaresma, várias paróquias dos Açores estão a aderir com missas próprias tendo como principal intenção a paz na Ucrânia
Na Fonte Bastardo, esta quarta-feira de cinzas, na ilha Terceira, será celebrada uma missa própria tendo como principal intenção a paz na Ucrânia. A igreja encontra-se aberta desde as 13h00; às 19h00 será rezado o Terço pela paz e às 19h30, a comunidade reunir-se-á na Igreja para celebrar este dia de Jejum e Oração tendo presentes os “irmãos da Ucrânia”.
Os participantes são convidados a levar velas, flores e mensagens que serão depositadas junto a uma bandeira da Ucrania que está hasteada junto à Cruz. Além de um cântico próprio, os presentes serão convidados a rezar pelo regresso da paz na oração dos fieis com uma prece a invocar a mediação divina para ser alcançada a paz entre os estados da Ucrânia e da Rússia. O Grupo de Jovens Caminhantes da Fonte associou-se ao grupo Desportivo do Posto Santo na recolha de bens destinados a crianças refugiadas da Ucrânia, bem como medicamentos, que serão entregues nas missas de hoje e na de sábado, às 16h00.
“Hoje somos convidados a nos unir em oração com o Papa Francisco para implorar a Deus o dom da paz para a Ucrânia através da nossa oração, jejum e participação na Eucaristia” refere, por seu lado, o ouvidor da Horta, padre Marco Luciano, num post na sua página do facebook onde lembra que além das cinzas impostas neste dia, durante as celebrações eucarísticas, há um dever especial de oração pela paz, lembrando que a Igreja do Carmo, .estará aberta para oração das 9h00 às 12h00 e das 14h às 18h, para o efeito. Na Horta, por via da presença do Conservatório existem muitos ucranianos e russos, perfeitamente integrados na vida local, como de resto acontece um pouco em todos os Açores onde a comunidade de imigrantes de países de leste é muito significativa.
Também na ouvidoria das Flores, na Missa desta quarta-feira, em Santa Cruz, às 19h00, haverá uma oração pela Paz na Ucrânia.
Todas as paróquias foram convidadas a rezar pela paz na Ucrânia.
Recordo que no passado domingo, na Sé, em Angra do Heroísmo a comunidade ucraniana ali residente foi convidada a participar na missa dominical.
“Hoje somos chamados pelo Senhor à verdade de nós próprios antes de falarmos de alguém, à abundância do nosso coração, enchendo-o de paz e de bem e vamo-nos sentar à mesma mesa, alimentando-nos da Sua palavra e do Seu corpo, do Seu sangue e da Sua vida. Fazemo-lo em cada domingo uns com os outros, mas hoje de uma forma muito especial , pela paz e justiça no mundo em comunhão com os irmãos ucranianos, uma vez que estamos aflitos, preocupados, tristes com a situação que vivemos agora, ainda que nos pareça longe nada, hoje, é longe”, começou por referir o Administrador Diocesano que presidiu a esta celebração dominical, em que a comunidade ucraniana presente cantou um cântico a Nossa Senhora pela paz e, na altura do Pai Nosso a assembleia, que “enchia excecionalmente a Sé”, rezou o Pai Nosso em silêncio enquanto os ucranianos o rezavam em alta voz na sua própria língua.
“Quando começou o covid parecia que era muito longe, na China, afinal está próximo de nós. Hoje, a guerra parece longe mas está muito próxima de nós, não só do ponto de vista geográfico mas do ponto de vista afetivo e, por isso, pedimos aos irmãos ucranianos que vivem connosco que se juntassem nesta oração e quero dar-lhes uma palavra de conforto. Falei já com alguns ontem e vi a sua preocupação porque têm lá os seus irmãos, os seus pais, os seus familiares, parentes os colegas de escola e, portanto, se nós vivemos esta aflição eles vivem-na de uma forma redobrada a cada minuto que seguem pela televisão ou pela internet enquanto isso ainda for possível”, prosseguiu o cónego Hélder Fonseca Mendes no inicio da celebração.
Esta jornada de oração mundial pela paz na Ucrânia foi convocada pelo Papa Francisco, para pedir o fim da guerra na Ucrânia.
“Gostaria de apelar a todos, crentes e não-crentes. Jesus ensinou-nos que à diabólica insensatez da violência se responde com as armas de Deus, com a oração e o jejum. Convido todos a fazer no próximo dia 2 de março, Quarta-feira de Cinzas, um Dia de jejum pela paz”, disse o pontífice, na audiência pública de 23 de fevereiro.
“Encorajo de modo especial os crentes a fim de que naquele dia se dediquem intensamente à oração e ao jejum. Que a Rainha da paz preserve o mundo da loucura da guerra”, acrescentou.
No último domingo, o Papa condenou a guerra na Ucrânia e noutras partes do mundo, renovando o seu convite à oração e jejum pela paz.
“Com o coração despedaçado pelo que acontece na Ucrânia – e não nos esqueçamos das guerras noutras partes do mundo, como o Iémen, a Síria ou a Etiópia -, repito: que as armas se calem!”, declarou, desde a janela do apartamento pontifício, após a recitação do ângelus.
Renovo a todos o convite a fazer do dia 2 de março, Quarta-feira de Cinzas, uma jornada de oração e de jejum pela paz na Ucrânia”.
O Papa explicou que esta jornada especial quer ajudar os participantes a “estar próximo dos sofrimentos do povo ucraniano, para que todos se sintam irmãos, implorando a Deus o fim da guerra”.
“Quem faz a guerra, esquece-se da humanidade, não parte das pessoas, não olhar para a sua vida concreta, mas coloca acima de tudo interesses particulares de poder, entrega-se à lógica diabólica e perversa das armas, a mais distante da vontade de Deus”, criticou.
A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) associou-se à jornada de jejum pela paz.
“Face à iminência da guerra na Ucrânia, o Papa Francisco apelava a que se fizessem todos os esforços para que se encontrem caminhos de paz. Convidava-nos também à oração pela paz, propondo que o dia 2 de março fosse assumido por todos como um Dia de Jejum pela Paz e, para os crentes, um dia de jejum e oração”, refere uma nota do organismo.
Os bispos católicos propõem que “todas as pessoas, comunidades e instituições da Igreja rezem pela paz na região”.
O Papa tem repetido mensagens pelo fim da guerra, na sua conta da rede social Twitter, recorrendo a várias línguas, incluindo o russo e ucraniano.
Também através das redes sociais, o arcebispo-mor de Kiev, D. Sviatoslav Shevchuk, transmite uma mensagem diária sobre o conflito, falando est terça-feira num “momento trágico”.
“Peço-vos que rezeis não só pela paz na Ucrânia, mas também pelos nossos inimigos, pela sua conversão, pela conversão da Rússia. Como Nossa Senhora de Fátima nos pediu”, disse o líder da Igreja Greco-Católica.
(Com Ecclesia)