O coordenador da Comissão Nacional da Pastoral da Saúde (CNPS) destacou a importância da “rede de proximidade”, no acompanhamento das pessoas sozinhas e isoladas, destacando a importância de melhorar a resposta na área da saúde mental.
“A Saúde Mental em Portugal carece, de facto, de um novo entendimento e um novo cuidado, há várias entidades envolvidas, e só parece que é preciso realizar alguma coisa”, refere o padre José Manuel Pereira de Almeida à Agência ECCLESIA, numa entrevista por ocasião do Dia Mundial do Doente, que se celebra hoje.
O responsável da CNPS manifesta “disponibilidade absoluta” da Igreja Católica em “colaborar com os responsáveis do Estado” para que os cuidados às pessoas que têm doença mental “possa subir de nível, ter mais qualidade, possa ser mais envolvente e tratar a pessoa no seu todo”.
O sacerdote, médico e pároco no centro de Lisboa, destaca que nesta área da saúde, em Portugal, as Irmãs Hospitaleiras e os Irmãos de São João de Deus são quem, “em maior número”, marcam a presença da Igreja no cuidado “daqueles que outos não querem cuidar”.
A Igreja Católica celebra o Dia Mundial do Doente 2022, neste 11 de fevereiro, memória litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes, com o tema da mensagem do Papa Francisco ‘«Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso» (Lc 6, 36) – Estar ao lado de quem sofre num caminho de amor’.
O padre José Manuel Pereira de Almeida salienta que a “misericórdia não se compadece com ações pontuais”, com acontecimentos isolados, mas é um caminho e “é nesse aproximar-se em percurso com que a misericórdia se manifesta”.
O Papa defende um acesso universal a serviços de saúde, recordando milhões de pessoas excluídas socialmente nos cinco continentes, lamenta a falta de disponibilidade de vacinas contra a Covid-19, destaca os avanços da ciência médica, a importância dos profissionais de saúde, e elogia o papel instituições sanitárias católicas, que combatem a “cultura do descarte”.
Neste contexto, o coordenador nacional da CNPS lembra que Francisco também se refere “à importância dos cuidados paliativos”, porque quando já não há nada para tratar, podem “cuidar e a misericórdia é central”.
“Não quer dizer que se faça tratamentos sem misericórdia, mas o tratar no sentido da cura é uma conversa e quando já não há nada para tratar podemos sempre cuidar e isso é tão importante”, realça o entrevistado de hoje no Programa ECCLESIA (RTP2).
O padre José Manuel Pereira de Almeida destaca a importância das redes de proximidade nas paróquias e de “encontrar com criatividade outras hipóteses de fazer companhia” às pessoas sozinhas e isoladas, seja em casa ou em instituições.
O sacerdote adianta que muitas Comissões Diocesanas da Pastoral da Saúde e da Pastoral Social têm procurado que nas “paróquias essa rede de proximidade se faça”, a proximidade seja visível com os vizinhos, tomar a iniciativa.
“Para a pastoral da Saúde na paróquia, o mais importante é estar atento para escutar, para acompanhar”, acrescentou o coordenador do organismo da Igreja Católica em Portugal.
A Comissão Nacional da Pastoral da Saúde publicou diversos subsídios – cartaz, mensagem, oração e pagela – para assinalar e celebrar o Dia Mundial do Doente 2022, no seu sítio online.
(Com Ecclesia)