Responsável pelo Serviço diocesano diz que nunca foi tão difícil , com salas inteiras infectadas
O aumento do número de casos de infeção por Covid-19 está a afectar as dinâmicas da catequese na diocese de Angra, com salas inteiras, sobretudo nas ilhas de São Miguel e Terceira, sem reuniões presenciais.
“Antes havia o receio da infeção, mas ainda se conseguia trabalhar. Agora, temos salas de catequese inteiras infectadas, sem poderem participar nas reuniões e isso interfere na vida social das crianças e consequentemente no desenrolar normal da catequese obrigando a paragens muito prolongadas” refere em declarações ao Igreja Açores o padre Igor Oliveira, responsável pelo Serviço Diocesano de Evangelização, Catequese e Missão.
“Temos feito um esforço enorme para adaptação das nossas sessões ao ambiente digital graças ao esforço dos nossos catequistas e famílias, mas também sabemos que a realidade nem sempre permite o recurso às novas tecnologias, dificultando o trabalho” refere o sacerdote reconhecendo que nos últimos meses, “sobretudo nas ilhas maiores” tem “havido um grande descréscimo das sessões de catequese”.
“Vai ser um ano idêntico ao anterior e isso não é bom” refere o padre Igor Oliveira que já está de olhos postos na preparação do novo ano pastoral e agradece a “coragem e o esforço” dos catequistas açorianos.
Devido ao aumento do número de casos de infeção no arquipélago, sobretudo a partir do Natal e Ano Novo, a diocese decidiu no dia 28 de janeiro impor à catequese as normas ditadas pela autoridade de saúde para as escolas.
“Ouvido o Serviço Diocesano da Evangelização, Catequese e Missão e as interpelações dos responsáveis locais da catequese, propomos seguir o mesmo principio da Direção Regional de Saúde para as escolas” adiantava uma nota enviada pelo Administrador Diocesano a todos os párocos.
Assim, no primeiro ciclo, desde que haja um caso positivo, “o grupo fica suspenso até que todos os alunos sejam considerados aptos a voltar à sala”; nos restantes ciclos, “cada aluno que teste positivo deve ficar isolado, continuando o grupo a reunir-se”.
“Em casos de contágio alargado será de suspender a catequese até melhoria da situação” acrescentava ainda a nota.
Nas últimas 24 horas, as autoridades regionais de saúde confirmaram 1.051 casos de covid-19, a par de 1.043 recuperações e 59 internamentos, menos um do que no dia anterior, e duas mortes.
De acordo com o boletim diário daquele organismo, uma das mortes registou-se na Terceira, tratando-se de um homem de 68 anos, vacinado com dose de reforço, residente na Freguesia São Sebastião, concelho de Angra do Heroísmo, que estava internado no Hospital de Santo Espírito desde 25 de janeiro.
O outro óbito foi registado em São Miguel e corresponde a uma mulher, de 80 anos, não vacinada, residente na freguesia de São Miguel, Vila Franca do Campo, internada no Hospital do Divino Espírito Santo desde o dia 17 de janeiro.
Por ilhas, 707 casos foram registados em São Miguel, 217 na Terceira, 39 no Faial, 33 em São Jorge, 27 no Pico, 16 em Santa Maria, 10 na Graciosa e dois nas Flores, resultantes de 3.477 análises.
Por concelhos, em São Miguel foram registados 371 casos em Ponta Delgada, 165 na Ribeira Grande, 59 na Vila Franca do Campo, 56 na Lagoa, 37 na Povoação e 19 em Nordeste.