O novo Administrador Diocesano encerrou as festas em honra de Nossa Senhora da Conceição no Santuário diocesano de Angra
O novo Administrador Diocesano presidiu esta tarde à missa que encerrou as festas de Nossa Senhora da Conceição no Santuário diocesano que lhe é consagrado e apontou o exemplo de humildade de Maria e de José, seu esposo, como um itinerário de vida cristã.
A entrega e disponibilidade de ambos para o projecto de Deus deve ser, por isso, uma escola para os cristãos e para a Igreja em geral.
Em José, “encontramos o modelo de vida cristã; qualquer cristão tem nele o modelo de uma vida evangélica levada a sério, conforme Jesus a pregou e viveu” referiu o Cónego Hélder Fonseca Mendes, salientando que Maria, “que encontramos ao lado de José, “é o modelo da resposta crente a Deus”.
A reflexão do Administrador Diocesano partiu da passagem do Evangelho em que Maria é saudada pelo anjo como a “cheia de graça”, sublinhando que a mensagem é recebida com um sentimento de “pequenez”.
“É na relação que ela estabelece com Deus que nos revemos”, salientou o sacerdote ao sublinhar a sua “disponibilidade e “entrega” sem condições ao projecto que Deus lhe reserva, porque sabe que tudo vem Dele.
“Não há manipulações”, referiu o cónego Hélder Fonseca Mendes.
“De um lado Deus sai com um convite, sem manipulação; do outro encontramos uma resposta com toda a liberdade, bondade e entrega”, precisou.
Por isso, a festa da Solenidade da Imaculada Conceição “ é a festa de Cristo (…), de Maria, mas também da Igreja e dos Cristãos”, disse.
“O que contemplamos em Maria não é para ficar inacessível fora de nós” alertou a partir da liturgia deste dia, que é de festa para toda a Igreja Católica pela celebração da Virgem Santa Maria na sua Imaculada Conceição, mas também de São José, cujo ano evocativo termina esta quarta-feira.
“Terminamos o ano dedicado a São José, o homem que passa despercebido, o homem da presença quotidiana discreta” destacou o cónego Hélder Fonseca Mendes.
O sacerdote apresentou São José como “o homem do silêncio orante”; “o esposo fiel, delicado, atencioso, respeitador e amoroso”; “o pai amantíssimo, pela solicitude e pelo sustento”; “o homem que trabalha, se empenha e colabora com perfeição, dedicação e com zelo, sem ganância”.
“Nele encontramos o protetor daquele que na vida cuidou de Jesus e de Maria e que, por isso, vela hoje pela Igreja”, disse ainda.
“Que cada um possa ouvir nesta festa, que hoje celebramos, a exortação de Deus: alegra-te Eu estou aqui e a resposta, de cada um, possa ser de entrega em total liberdade”, disse antes de concluir.
“Vir a este Santuário; entrar numa confraria dedicada a Nossa Senhora e celebrar a Eucaristia significa seguir Maria “, concluiu.
A Missa de encerramento da festa de Nossa Senhora da Conceição foi animada pela Confraria de Nossa Senhora da Conceição e concelebrada pelos cónegos Ricardo Henriques e António Henrique Pereira, párocos in solidum da paróquia da Conceição, em Angra do Heroísmo.
O dogma da Imaculada Conceição de Maria foi proclamado pelo Papa Pio IX, a 8 de dezembro de 1854, através da bula ‘Ineffabilis Deus’, a qual declara a santidade da Virgem Santa Maria desde o primeiro momento da sua existência, sendo preservada do pecado original.
A ligação entre Portugal e a Imaculada Conceição ganhou destaque em 1385, quando as tropas comandadas por São Nuno Alvares Pereira derrotaram o exército castelhano e os seus aliados, na batalha de Aljubarrota, e consolidaram a afirmação da identidade lusitana.
Em honra a esta vitória, o Santo Condestável fundou a igreja de Nossa Senhora do Castelo, em Vila Viçosa, e fez consagrar aquele templo a Nossa Senhora da Conceição.
Um segundo passo deu-se durante o movimento de restauração da independência que acabou com o domínio castelhano em Portugal e que culminou com a coroação de D. João IV como rei de Portugal, a 15 de dezembro de 1640, no Terreiro do Paço, em Lisboa.
O mesmo D. João IV coroou a Imagem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa como Rainha e Padroeira de Portugal, durante as cortes de 1646.