O Papa vai visitar a cidade italiana de Assis, a 12 de novembro, para um encontro com pessoas desfavorecidas, antecipando a celebração do V Dia Mundial dos Pobres, que este ano se celebra a 14 de novembro.
O anúncio foi feito hoje pelo Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização (Santa Sé), em comunicado enviado à Agência ECCLESIA.
A deslocação “privada” do Papa à cidade natal de São Francisco de Assis tem passagem marcada pela Basílica de Santa Maria dos Anjos.
Francisco vai encontrar-se, de forma particular, com “um grupo de 500 pessoas pobres de diferentes partes da Europa e passará um momento de escuta e oração com eles”, indica a nota.
O Dia Mundial dos Pobres tem como objetivo “sensibilizar para a escuta do grito dos pobres e sofredores” e diz respeito a “toda a Igreja”, sublinha o Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização.
Na sua mensagem para esta celebração, o Papa alerta para as consequências sociais e económicas da pandemia, pedindo uma nova abordagem na luta contra a pobreza.
“A pandemia continua a bater à porta de milhões de pessoas e, mesmo quando não traz consigo o sofrimento e a morte, é portadora de pobreza. Os pobres têm aumentado desmesuradamente e o mesmo, infelizmente, continuará a verificar-se ainda nos próximos meses”, escreve Francisco.
O Dia Mundial dos Pobres celebra-se anualmente no penúltimo domingo do ano litúrgico, antes da solenidade de Cristo-Rei.
Em 2021, a celebração tem como tema ‘Sempre tereis pobres entre vós’, inspirado numa passagem do Evangelho segundo São Marcos (Mc 14, 7).
O Papa aborda a multiplicação de novas formas de pobreza, questionando discursos políticos que fazem dos pobres “responsáveis pela sua condição” e mesmo um “peso intolerável” para o sistema económico.
Francisco aponta o dedo a agentes económicos e financeiros “sem escrúpulos”, sem “sentido humanitário e responsabilidade social”.
“Um mercado que ignora ou discrimina os princípios éticos cria condições desumanas que se abatem sobre pessoas que já vivem em condições precárias”, acrescenta.
A situação global, indica, foi agravada pela crise da Covid-19, que exige, segundo o Papa respostas concretas para o desemprego, com mais solidariedade social e promoção humana.
A mensagem questiona o tipo de resposta que tem sido dada a milhões de pobres, muitas vezes deixados na “indiferença, quando não a aversão”, defendendo um maior protagonismo dos que são desfavorecidos na criação de novas políticas de solidariedade e a partilha.
Francisco insiste na ideia de evitar a culpabilização das pobres pela sua condição, considerando que este discurso coloca em causa “o próprio conceito de democracia”.
A mensagem do Papa para a celebração de 2021 foi assinada, simbolicamente, a 13 de junho, dia da festa litúrgica de Santo António.
O texto conclui-se com votos de que este Dia Mundial dos Pobres se afirme cada vez mais na Igreja Católica, levando a “um movimento de evangelização”.
(Com Ecclesia)