Cúria Diocesana deseja “as maiores prosperidades pessoais e pastorais” ao novo bispo de Viana do Castelo

Vigário-geral assina carta como moderador da Cúria

A Cúria Diocesana de Angra emitiu esta tarde um comunicado, assinado pelo vigário-geral, cónego Hélder Fonseca Mendes, na qualidade de moderador, onde manifesta “pesar” pela partida do bispo de Angra e deseja “as maiores prosperidades” para a nova missão em Viana do Castelo.

“É com pesar que vemos partir o nosso bispo, ao mesmo tempo que lhe desejamos as maiores prosperidades pessoais e pastorais, sempre ao serviço da Igreja e da Sociedade no nosso país”, refere o sacerdote.

“Agradecemos todo o seu trabalho, dedicação e entrega ao Povo de Deus nestas ilhas” refere a carta enviada a todo o clero, a que o Igreja Açores teve acesso.

“Com esta nomeação, o vigário geral e os vigários episcopais cessam as suas funções”, relembra o cónego Hélder Fonseca Mendes que aproveita o momento para agradecer “a confiança” em si depositada, quer pelo ex. bispo de Angra quer pelo bispo Emérito, bem como “a todos os padres, consagrados e leigos, órgãos colegiais da diocese e autoridades regionais e locais” com quem cooperou ao longo dos últimos 16 anos.

O sacerdote deixa ainda uma orientação prática para o rito litúrgico, embora peça a oração por D. João Lavrador.

“Continuamos a rezar todos os dias pelo bispo cessante, agora com a formulação pelo `nosso administrador diocesano João´, sem descurar as preces pela nomeação de um novo bispo para os Açores segundo o coração do Bom Pastor”, conclui.

D. João Lavrador, 39º bispo de Angra, liderou a diocese insular durante cinco anos, menos um do que os que esteve a residir na Região, primeiro como bispo coadjutor e depois como bispo titular.

O seu episcopado, um dos mais curtos desde o inicio do século XX,  que aconteceu com D. António Augusto de Castro Meireles (1924-1928), que esteve menos de cinco anos ao serviço dos Açores, ficará marcado pelo desafio da caminhada sinodal, iniciada há três anos, e que agora na sua partida terá de ser articulada com a caminhada sinodal proposta a toda a Igreja pelo Papa Francisco.

O desafio não foi pacifico e colheu muitas resistências do clero e dos leigos, mas na realidade, o trabalho tem prosseguido, não estando isento de críticas e sobretudo merecendo agora uma atenção redobrada dada a proposta que vem de Roma.

D. João Lavrador ordenou 13 novos sacerdotes diocesanos e fez do Seminário Episcopal de Angra uma das suas principais batalhas. Aliás, a primeira missa a que presidiu à chegada aos Açores foi no Seminário que apelidou, desde sempre, o “coração da diocese” pedindo reiteradamente mais ardor e compromisso na sua defesa, entusiasmo na sua missão e atenção às vocações. Hoje mesmo, presidiu à celebração que marcou o inicio do ano letivo na “Casa Mimosa” e à reunião do corpo docente.

Nestes seus anos de episcopado presidiu a três reuniões do Conselho Presbiteral e do Conselho Pastoral de onde colheu a validação da sua proposta de criar as vigararias territoriais para melhor responder aos desafios e constrangimentos da insularidade. A par das vigararias nascente (São Miguel e Santa Maria), do centro (Terceira, Graciosa e São Jorge) e do ocidente (Pico, Faial, Corvo e Flores), criou ainda a Vigararia da Formação. Neste capítulo, reactivou o Instituto Católico de Cultura, como alavanca para formar leigos e presbíteros, dotando-o de uma estrutura organizada que lidera as propostas de formação do laicado no arquipélago.

Foi, ainda, no seu episcopado que se organizou o primeiro Congresso Diocesano de Jovens e se nomearam novos reitores para três dos cinco Santuários Diocesanos: Santo Cristo dos Milagres, em Ponta Delgada; Nossa Senhora dos Milagres, na Serreta e Nossa Senhora da Conceição, em Angra.

Também foram retomadas as Jornadas de Teologia no Seminário Episcopal de Angra com a produção de uma revista cientifica, Fórum Teológico XXI.

O próprio assumiu, por variadas vezes, a formação de leigos e padres, nomeadamente com conferências e recoleções sobre os documentos do magistério petrino, com particular destaque para a Exortação pós sinodal Amoris Laetitia, sobre a família.

Quando entrou na Região acompanhou e coordenou, com o Movimento da Mensagem de Fátima, a viagem da Virgem Peregrina de Fátima aos Açores entre janeiro e fevereiro de 2016, naquele que foi o primeiro contacto com as diferentes comunidades pastorais das nove ilhas.

 

 

 

 

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