“Estou vivo”, afirmou o Papa à Rádio espanhola Cope
O Papa Francisco, que esteve internado para uma cirurgia programada em julho, disse que “sempre que o Papa está doente, há uma brisa ou um furacão de conclave”, numa entrevista, que é emitida esta quarta-feira, a uma rádio espanhola.
“Sempre que o Papa está doente, há uma brisa ou um furacão de conclave”, afirma Francisco, no contexto de especulações sobre a sua saúde e uma renúncia ao pontificado, divulgou hoje a emissora espanhola.
À pergunta “como está?”, da Rádio Cope, o Papa disse: “Estou vivo”.
No dia 4 de julho, Francisco foi submetido com sucesso a uma cirurgia programada, por causa de um problema no cólon, o exame histológico final confirmou o diagnóstico de “estenose diverticular grave”, com sinais de diverticulite esclerosante, no Hospital Universitário Agostino Gemelli, em Roma.
O Papa esteve internado até 14 de julho, tendo presidido, no domingo dia 11, à recitação do ângelus na varanda do 10.º andar do hospital que também recebeu, em várias ocasiões, São João Paulo II.
Ainda no âmbito da sua saúde, o Papa recordou que “um enfermeiro salvou” a sua vida, “um homem com muita experiência”.
“É a segunda vez na minha vida que um enfermeiro salva minha vida. A primeira foi no ano de 57”, acrescentou na entrevista realizada numa “pequena biblioteca” na Casa de Santa Marta, no Vaticano.
Carlos Herrera, da rádio espanhola, adianta que na entrevista de uma hora e meia o Papa respondeu “a tudo”: “Viemos com muitas perguntas e saímos do Vaticano com muitas respostas”.
Segundo o entrevistador, Francisco para além da saúde e dos “rumores de demissão” também conversou sobre a “eutanásia na Espanha, a emigração, a Catalunha” e enviou “uma mensagem aos Estados Unidos e à Europa” no contexto do que está a acontecer no Afeganistão, “que é um dos temas que mais o motiva”.
Jorge Mario Bergoglio, de 84 anos, é natural de Buenos Aires, na Argentina; na sua juventude, foi operado a um pulmão, parcialmente retirado.
A 13 de março de 2013 foi eleito como sucessor de Bento XVI, escolhendo o inédito nome de Francisco; é o primeiro Papa jesuíta na história da Igreja Católica e também o primeiro pontífice sul-americano.
Ao longo do seu pontificado, o atual Papa teve várias crises ligadas à dor ciática, que o obrigaram a cancelar alguns eventos.
Jorge Mario Bergoglio nasceu em Buenos Aires, capital da Argentina, a 17 de dezembro de 1936; filho de emigrantes italianos, trabalhou como técnico químico antes de se decidir pelo sacerdócio, no seio da Companhia de Jesus, licenciando-se em filosofia e teologia.
Ordenado padre a 13 de dezembro de 1969, foi responsável pela formação dos novos jesuítas e depois provincial dos religiosos na Argentina (1973-1979).
João Paulo II nomeou-o bispo auxiliar de Buenos Aires em 1992 e foi ordenado bispo a 27 de junho desse ano, assumindo a liderança da diocese a 28 de fevereiro de 1998, após a morte do cardeal Antonio Quarracino.
O primaz da Argentina seria criado cardeal pelo Papa polaco a 21 de fevereiro de 2001, ano no qual foi relator da 10ª assembleia do Sínodo dos Bispos.
Tem como lema ‘Miserando atque eligendo’, frase que evoca uma passagem do Evangelho segundo São Mateus: “Olhou-o com misericórdia e escolheu-o”.