Grupo privado está interessado no antigo solar, mas processo de venda precisa de autorização do Vaticano
A Diocese de Angra está a analisar uma proposta de aquisição da Casa de Retiros de Santa Catarina, no Pico da Urze, em Angra do Heroísmo, ilha Terceira, apresentada por um grupo privado, noticia hoje o jornal Diário Insular.
A possível venda do imóvel, um edifício do século XVII adquirido pelo Bispo D. Manuel Afonso de Carvalho, está a ser analisada pelos dois órgãos diocesanos que têm de se pronunciar sobre a alienação de património de acordo com o regulamento de administração dos bens temporais da Diocese de Angra, em face dos valores envolvidos.
Ontem à noite o assunto já foi debatido pelo Conselho Diocesano para os Assuntos Económicos e, esta terça-feira, será a vez do Colégio de Consultores se pronunciar sobre o assunto.
Em processos de compra e venda de imóveis, acima de 75 mil euros, limite da reserva competencial do prelado diocesano, estes dois órgãos têm ser ouvidos, de acordo com as regras estipuladas pela Conferência Episcopal Portuguesa e incluídas no Regulamento de Administração dos Bens Temporais da Diocese de Angra, documento que orienta todas as questões do economato da diocese e das paróquias.
Para além do dever de auscultação destes dois órgãos diocesanos, cujo parecer tem de ser favorável quando estão em causa negócios acima dos 250 mil euros, para que a transação se concretize, o processo terá de ser encaminhado, ainda, para Roma.
Esta auscultação que “pode demorar o seu tempo” como disse ao Sítio Igreja Açores o ecónomo da Diocese, Pe Adriano Borges, decorre do Código de Direito Canónico, concretamente do Cânone 638.
O Diário Insular avança que a proposta em causa “rondará um milhão de euros”.
O Solar de Santa Catarina é um palacete do Século XVII onde habitualmente se fazem os retiros e reuniões diocesanas mais alargadas, como por exemplo, o Conselho Pastoral e o Conselho Presbiteral, que carece de uma “profunda intervenção” que, de resto já vinha sendo ponderada há algum tempo.
Adquirida por D. Manuel Afonso de Carvalho para residência oficial do Prelado Diocesano, a verdade é que, desde o seu episcopado, nenhum Bispo utilizou este palacete como residência.
O jornal avança, ainda, com a informação de que a Diocese está a ponderar a realização de obras no edifício das Obras Católicas, no coração da cidade de Angra, infestado por térmitas, aproveitando essa circunstância para proceder a obras de reabilitação, adequando o espaço a outras valências.