Por Renato Moura
Celebrou-se na Assembleia Legislativa Regional, na passada 2.ª Feira, o Dia da Região Autónoma dos Açores.
A grande novidade deste ano foi o uso da palavra não só pelos Presidentes da Assembleia e do Governo, como também por parte de representantes de todos os partidos com assento parlamentar. Foi uma inovação de realçar, pelo resultado positivo e significado político num regime parlamentar. Alargou-se a participação democrática, na pluralidade honrou-se a celebração.
O cuidado geral, de evitar agressões que fizessem mágoa em dia de festa, não impediu o registo de visões e declarações muito pertinentes. Importará, sem citar, reter algumas, independentemente de quem e quantos as proferiram. Afirmou-se e homenageou-se a identidade do Povo Açoriano e a sua capacidade de sobrevivência com preservação das suas origens e tradições. Enalteceram-se os valores legados pelos primeiros autonomistas e por todos quantos contribuíram para a actual autonomia.
Identificou-se na autonomia a capacidade de corresponder e de garantir unidade, sendo necessário dar expressão a cada uma das ilhas, sem lugar a centralismos e acumulação de poderes. Reconheceu-se a necessidade de um sentido comunitário para uma consciência colectiva da Região, todavia com uma solidariedade entre ilhas.
Em prol da autonomia unificadora reclamou-se solidariedade, formação e determinação para olhar o futuro e corrigir assimetrias, sem bairrismos injustificáveis. Apregoou-se orgulho na autonomia, tempo de convicções, de exigências, talvez de tensão, de questionamentos também. Defendeu-se a reafirmação de alicerces, houve quem defendesse uma nova ambição e como sempre um dito aprofundamento da autonomia.
Houve alguns pontos comuns em várias intervenções. Acredita-se que maioritariamente juntos é mais fácil suplantar as dificuldades e obstáculos, com vontade, resiliência e tenacidade; dever abraçar-se o futuro com confiança; ser tempo de esperança no futuro.
O Governo persistiu na afirmação detalhada do seu programa e dos seus planos como resposta aos desafios. É natural fazê-lo em prol da sua própria mobilização e é um compreensível esforço de se fazer acreditar. Não há mal: quanto mais forte é a afirmação, maior se torna o compromisso.
Merece aplauso o ambiente reinante em dia de Autonomia. Tomara as verdades proferidas fossem condicionadoras das posturas parlamentares futuras. Não há festa todos os dias, mas exigência de dignidade e responsabilidade, cumprindo o Hino: «No futuro a luz semear» e «Para a frente! Em comunhão».