O Papa evocou hoje as vítimas do “terrorismo internacional”, com referência especial às populações de Cabo Delgado, em Moçambique, falando na sua mensagem de Páscoa, no Vaticano.
“A força do Ressuscitado sustente as populações africanas que veem o seu futuro comprometido por violências internas e pelo terrorismo internacional, especialmente no Sahel e na Nigéria, bem como na região de Tigré (Etiópia) e Cabo Delgado”, referiu Francisco, na Basílica de São Pedro, antes da bênção ‘Urbi et Orbi’ [à cidade (de Roma) e ao mundo], no dia da festa mais importante para a Igreja Católica, que assinala a ressurreição de Jesus.
A intervenção, transmitida para milhões de pessoas em todo o mundo, apelou à busca de soluções pacíficas para os conflitos, “no respeito pelos direitos humanos e a sacralidade da vida, através dum diálogo fraterno e construtivo em espírito de reconciliação e operosa solidariedade”.
Francisco falou da crise humana no Haiti e em Myanmar, sublinhando a importância de lutar pela democracia, aludindo ainda à tensão no leste da Ucrânia e no Nagorno-Karabakh, entre a Arménia e o Azerbaijão.
O Papa agradeceu aos países que recebem refugiados, em particular a Jordânia e o Líbano, pedindo “sinais concretos de solidariedade e fraternidade humana”.
A mensagem sublinhou, a este respeito, a necessidade de apoiar o povo libanês, num “período de dificuldades e incertezas”, desejando que o país do Médio Oriente possa ser “terra de encontro, convivência e pluralismo”.
As guerras na Síria, Iémen e Líbia foram destacadas pelo Papa, preocupado com a situação de “povos exaustos” que vivem em “condições desumanas”.
No mundo, há ainda demasiadas guerras, demasiada violência! O Senhor, que é a nossa paz, nos ajude a vencer a mentalidade da guerra”.
Como é tradição, Francisco rezou por Jerusalém e pelo fim do conflito entre israelitas e palestinos, apelando a uma solução estável, “em que convivam lado a lado dois Estados em paz e prosperidade”.
“O meu pensamento volta ainda ao Iraque, que tive a alegria de visitar no mês passado e pelo qual rezo a fim de continuar o caminho de pacificação empreendido”, acrescentou.
A mensagem de Páscoa evocou o Dia Mundial contra as Minas Antipessoais, que se assinala hoje, pedindo “um mundo sem estes instrumentos de morte” que “matam ou mutilam tantas pessoas inocentes”.
Francisco rezou para que Deus conceda a quantos estão prisioneiros “a graça de regressaram sãos e salvos às suas famílias”, e inspire os governantes de todo o mundo a “travarem a corrida a novos armamentos”.