Por Renato Moura
Soube-se a identidade dos membros do Governo Regional. Falta ainda conhecê-los bem. Vamos lendo os nomes dos directores regionais, na esmagadora maioria desconhecidos; nem dá para o povo opinar.
A ânsia, há muito, é saber quem serão os novos delegados das Secretarias do Governo nas ilhas. Dos anteriores, há os sossegados que não fizeram disso emprego e calmamente podem voltar às suas profissões; quando muito desejarão saber, para não se sentirem a aguentar um chapéu para outra cabeça. Só sentirão angústia frívola de perder a nomeação quando se serviram dos lugares, ou com eles se enfeitaram. Não merecem ficar os disponíveis a acções por desvario partidário. Em política tudo é – ou deveria ser – um serviço transitório.
Há quem viva estes dias com a esperança angustiante de ser delegado de uma Secretaria; talvez uma qualquer! Só por avidez de dinheiro ou fama, alguém mendigará inclusão num bolsa influente de candidatos a delegado! Avisadamente há convidados com o bom senso de não aceitar; outros até avaliando por baixo as suas reais capacidades.
Investiga-se para descortinar os indigitados: com boa intenção; ou curiosidade, inveja e ânsia de captação de favores. Realmente o papel dos delegados, ou representantes do poder governamental, numa determinada área, pode ser, e frequentemente é importante. Não seriam necessários tantos; mas o mesmo se pode dizer dos secretários ou dos directores regionais; são das muitas questões de governação e administração autónoma por resolver.
As escolhas deveriam privilegiar a maior aproximação à qualidade para o lugar, o sentido de dedicação e serviço à causa pública. Haveria de procurar-se a aptidão, o engenho, o bom senso, a experiência, a capacidade de gestão dos recursos humanos e materiais.
Mais importantes serão as qualidades de carácter, a honestidade, a lealdade, a honradez, o sentido do dever dos delegados. Transmitirão preocupações e problemas, não tornando duvidoso o que é certo. Também serão executores. Jamais poderão postergar princípios. Não poderão alargar benefícios ou limitar direitos, nem atenuar ou ampliar orientações, nem desviar por agradar ou excluir por não querer.
As qualidades existirão em delegados actuais, como em outros a nomear. O serviço anterior numa governação de cor diferente, ou a simples filiação partidária, não deverão ser, por si só, razão para mudar ou escolher. Sejam quem forem, têm obrigações.
Seja pela eficácia ou pela insuficiência, pelo sucesso ou pelo fiasco, os delegados dão a imagem local do Governo.