“Cristianismo sem Liturgia é um Cristianismo sem Cristo”, advertiu Francisco

 

O Papa defendeu hoje no Vaticano a necessidade de participar nas celebrações litúrgicas, em comunidade, para que cada católico se possa considerar verdadeiramente como tal.

“Um Cristianismo sem Liturgia, ousaria dizer, é um Cristianismo sem Cristo. Sem Cristo total”, disse, durante a audiência geral, transmitida online desde a biblioteca do Palácio Apostólico.

Francisco falou em particular da Missa dominical, sublinhando que a mesma “não pode ser só ouvida”, como se cada um fosse apenas “espectador”.

“A Missa tem de ser sempre celebrada, não só pelo sacerdote que a preside”, insistiu.

“Quando vou à Missa, ao domingo, vou rezar em comunidade, vou rezar com Cristo, que está presente”, afirmou.

O Papa realçou que, em cada celebração litúrgica, “o centro é Cristo”.

“Até no rito mais despojado, como o que alguns cristãos celebraram e celebram nos lugares de prisão, ou no escondimento de uma casa durante tempos de perseguição, Cristo está verdadeiramente presente e oferece-se aos seus fiéis”, observou.

Francisco alertou para a “tentação”, que se repete na história da Igreja, de “praticar um Cristianismo intimista, que não reconhece a importância espiritual dos ritos litúrgicos públicos”.

“O foco da crítica não era uma forma ritual particular ou uma forma particular de celebração, mas a própria liturgia. Era uma crítica contra a forma litúrgica de rezar”, advertiu.

A este respeito, o Papa lamentou a secundarização da Missa dominical face a “outras fontes, de tipo devocional”, mas destacou que, nas últimas décadas, “houve muitos progressos”, em particular desde o Concílio Vaticano II (1962-1965).

“Não existe espiritualidade cristã que não esteja enraizada na celebração dos mistérios sagrados”, afirmou ainda.

A reflexão sublinhou que a oração dos cristãos passa por “mediações concretas”, que incluem a dimensão “corpórea e material”.

“Podemos dizer que também se deve rezar com o corpo”, acrescentou Francisco.

O Papa deixou, no final da audiência, uma saudação aos ouvintes de língua portuguesa.

“Desejo que cada uma das vossas comunidades experimente um crescimento na vida cristã, através de uma plena, consciente e ativa participação nas celebrações litúrgicas. Abençoo-vos de coração”, declarou.

(Com Ecclesia)

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