O Papa presidiu hoje no Vaticano à Missa que assinalou o 25.º Dia Mundial da Vida Consagrada, desafiando os participantes a aprender a “paciência” de Deus, que espera por cada pessoa.
“Há de ser sobretudo o Messias – Jesus, que Simeão estreita nos braços – a revelar-nos a paciência de Deus, o Pai que usa de misericórdia para connosco e chama até à última hora, que não exige a perfeição, mas a generosidade do coração, que abre novas possibilidades onde tudo parece perdido”, referiu, na homilia da festa litúrgica da Apresentação do Senhor.
A celebração, na Basílica de São Pedro, contou com a presença de membros de Institutos de Vida Consagrada e das Sociedades de Vida Apostólica.
O Papa partiu do relato bíblico da apresentação do Senhor no templo, onde o ancião Simeão reconhece em Jesus “a luz que veio para iluminar as nações”.
“Assim, a paciência de Simeão é espelho da paciência de Deus. A partir da oração e da história de seu povo, Simeão aprendeu que Deus é paciente”, apontou.
“Geralmente Deus não recorre a acontecimentos extraordinários, mas realiza a sua obra na aparente monotonia do dia a dia, no ritmo por vezes extenuante das atividades, nas pequenas coisas que realizamos com humilde tenacidade procurando cumprir a sua vontade”, afirmou.
Francisco disse que a Vida Consagrada tem de aprender esta “paciência”, na vida pessoal, comunitária e na relação com o mundo, sem desanimar, perder a esperança nem ceder à “tristeza interior”, que considerou um “verme”.
“São desafios para a nossa vida consagrada: não podemos ficar parados na nostalgia do passado, nem limitar-nos a repetir sempre as mesmas coisas. Precisamos da paciência corajosa de caminhar, explorar novos caminhos, procurar aquilo que o Espírito Santo nos sugere”, precisou.
A Missa começou com a bênção das velas e a procissão neste dia popularmente conhecido como da Senhora das Candeias.
No final da Eucaristia, o primeiro Papa jesuíta da história da Igreja dirigiu-se à assembleia, de improviso, para deixar alguns sobre a vida em comunidade.
“O que mata a vida comunitária é a maledicência. Não falem mal dos outros”, apelou.
Francisco agradeceu a todos pelo seu “testemunho”, perante as dificuldades, em particular no momento da pandemia, e face às “vocações que não chegam”.
“Em frente, coragem, o Senhor é maior”, concluiu.
(Com Ecclesia)