O Papa convidou os católicos a desligar a televisão e o telemóvel para abrir a Bíblia, numa homilia escrita para a celebração do ‘Domingo da Palavra’, que se assinala hoje nas comunidades de todo o mundo.
“Peçamos ao Senhor a força de desligar a televisão e abrir a Bíblia, de desligar o telemóvel e abrir o Evangelho. Neste Ano Litúrgico, estamos a ler o Evangelho de Marcos, o mais simples e curto. Por que não o fazer também em privado, meditando uma pequena passagem em cada dia?”, refere o texto, que foi lido no Vaticano pelo presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização, D. Rino Fisichella.
O arcebispo italiano presidiu à Missa na Basílica de São Pedro, depois de o Papa ter alterado a sua agenda por causa de uma inflamação no nervo ciático, à imagem do que tinha acontecido no final de 2020, segundo informação da Santa Sé enviada aos jornalistas.
O ‘Domingo da Palavra’ foi instituído a 30 de setembro de 2019 pelo Papa Francisco e fixado para o III domingo do Tempo Comum, como momento especialmente dedicado à “reflexão e divulgação da Palavra de Deus”, nas comunidades católicas.
Na sua homilia para esta celebração, o Papa pediu que a Bíblia tenha “um lugar digno” na casa de cada católico e esteja “sempre” com cada um, “no bolso, no telemóvel”.
“Não renunciamos à Palavra de Deus. É a carta de amor escrita para nós por Aquele que nos conhece como ninguém: lendo-a, voltamos a ouvir a sua voz, vislumbramos o seu rosto, recebemos o seu Espírito”, indicou.
“Coloquemos o Evangelho num lugar onde nos lembremos de o abrir diariamente, talvez no começo e no final do dia, de tal modo que, no meio de tantas palavras que chegam aos nossos ouvidos, algum versículo da Palavra de Deus chegue ao coração”.
A Missa contou com a participação cerca de 100 pessoas na Basílica de São Pedro, incluindo uma leitura em braille e uma homenagem aos profissionais de saúde envolvidos na luta contra a Covid-19.
A celebração, com transmissão online, encerrou-se com a entrega de alguns exemplares de uma edição especial da Bíblia a várias pessoas, incluindo, simbolicamente, um médico especialista em doenças infeciosas da Universidade de Roma “Tor Vergata”, o professor Massimo Andreoni.
A edição especial foi ainda oferecida ao futebolista Lorenzo Pellegrini, da Roma; a um estudante do Instituto Bíblico que se especializou em ciências bíblicas, natural do Paquistão; a um catequista e uma catequista que desempenham o seu serviço em duas paróquias da Diocese de Roma; dois jovens recém-crismados; um seminarista do Sudão do Sul que se prepara para receber o ministério de leitor.
Na recitação do ângelus, a que presidiu na biblioteca do Palácio Apostólico do Vaticano, ao meio-dia de Roma (menos uma em Lisboa), o Papa abordou o domingo dedicado à Palavra de Deus, saudando a “redescoberta da Sagrada Escritura” na vida da Igreja.
“Nunca, como hoje, a Bíblia foi tão acessível a todos, em todas as línguas, e agora também em formatos audiovisuais e digitais”, indicou, numa intervenção transmitida online.
Francisco destacou a importância de rezar com a Bíblia, na Liturgia, na oração individual ou em grupo, “especialmente com os Evangelhos e os Salmos”.
O Papa agradeceu às paróquias pelo seu “compromisso constante para educar para a Palavra de Deus”.
“Que nunca nos falte a alegria de semear o Evangelho”, desejou.
Francisco voltou a pedir a cada católico que tenho um exemplar do Evangelho sempre à mão, no bolso, na mala.
“O Evangelho, sempre connosco”, insistiu.
(Com Ecclesia)