D. António de Sousa Braga preside às festas da paróquia do Sagrado Coração de Jesus, em Turlock, que terminam domingo com a eucaristia e procissão solene
O Bispo de Angra está na Califórnia a presidir às festas de Nossa Senhora de Fátima, em Turlock, onde reside uma significativa e importante comunidade açoriana, e levou como tema de pregação “a Misericórdia, Chave do Evangelho e da Vida Cristã”.
No novenário que terminou esta sexta feira, D. António de Sousa Braga partiu sempre da liturgia para falar sobre a Misericórdia de Deus na missão da Igreja e convidou os fieis a “viver esta novena, realmente, como “tempo de misericórdia”.
“A Igreja tem de viver e promover a cultura da misericórdia, dentro e fora da comunidade”, frisou D. António de Sousa Braga lembrando que os primeiros cristãos não só se chamavam irmãos como procediam como tal”.
“Ninguém passava necessidades. Foi instituída a Ordem dos Diáconos, precisamente, para cuidarem da distribuição dos alimentos a quem precisava”.
A Igreja, conclui o prelado diocesano, tem de ser “o lugar da misericórdia divina, não apenas através da ação social e caritativa, com especial atenção para com os últimos, mas também na celebração liturgia, particularmente na Eucaristia, que é a fonte da vida cristã”, na qual se “experimenta a força salvadora e libertadora da misericórdia divina”.
O prelado diocesano começou por lembrar aquela pergunta do meio do caminho feita por Jesus aos Apóstolos – “E vós quem dizeis que eu sou?”- para lembrar a todos os cristãos que o conhecimento de Deus é um processo que pode demorar uma vida e para isso, é necessária uma “interrogação constante”.
“O cristão tem de procurar ser “Outro Cristo”. É a ajuda que nos pretende dar Nossa Senhora. Constituída, no alto da Cruz, Mãe dos cristãos, e invocada, sob os mais variados títulos, que correspondem as diversas situações humanas, em que Nossa Senhora nos acompanha com desvelos de Mãe.”, diz o Bispo de Angra.
D. António de Sousa Braga sublinhou o significado da Cruz para ressalvar o amor de Deus pela humanidade que sacrificou o filho como “expressão máxima do seu amor por nós”.
“A Paixão de Jesus é a paixão de Deus pela humanidade”, salientou.
Para o prelado diocesano, misericórdia implica “compaixão”, isto é, “capacidade de padecer com, de se por no lugar do outro, na boa e má sorte, não friamente, mas com toda a paixão, isto é, com entrega total e incondicional”.
D. António de Sousa Braga frisou, também, que a Igreja vive em comunhão quando pratica a misericórdia e aproxima o homem das “fontes de misericórdia do salvador” através da meditação constante da palavra, da participação consciente e refletida na Eucaristia e do sacramento da reconciliação.
Escutar a palavra “significa ouvir o primeiro anuncio”, refere o Bispo de Angra, lembrando que o “Kerygma é para os que estão longe ou se afastaram da Igreja, mas é também para os que estão dentro da Igreja, que precisam de ser continuamente iluminados e interpelados pela da Palavra de Deus”.
O Bispo de Angra, destacou, também, que o “sacramento por excelência da Misericórdia é o da reconciliação” e que, no fim, tal como na parábola do juízo final, “a nossa vida vai ser avaliada, não tanto em função de práticas religiosas, mas sim em função da prática do amor para com o próximo” que tem de ser “universal, vai para além da família, da própria comunidade, para chegar a todos, independentemente da raça ou da cultura, ate chegar aos próprios inimigos”.
Lembrou, ainda, que o perdão é o “dom “ de Deus que deve ser concedido “até aos inimigos”, porque a misericórdia “começa sempre por quem mais precisa, mesmo que menos mereça”.
No último dia do novenário, o Bispo de Angra falou do Magnificat- porventura um dos mais belos poemas de amor- no qual Nossa Senhora resume a história da salvação.
D. António de Sousa Braga pediu uma oração pe, reunindo toda a comunidade açoriana. A pala fé na misericórdia divina e pelos homens que vivem em crise em todo o mundo.
As festas em honra de Nossa Senhora de Fátima, na Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, em Turlock, na Califórnia, são as mais emblemáticas, reunindo a comunidade açoriana. Esta paróquia tem como principal responsável um açoriano, o Pe Luís Gabriel.