O Papa Francisco afirmou hoje que a Santa Sé vai “comprometer-se na redução das emissões totais, até 2050” e vai promover uma educação para a ecologia integral.
As palavras do Papa foram transmitidas esta tarde numa Cimeira, convocada pelas Nações Unidas, para demonstrar o empenho no Acordo de Paris que compromete os Estados a reduzir as emissões de gases com efeito de estufa a partir de 2020, para conter o aquecimento global e reforçar a capacidade dos países para responder ao desafio, num contexto de desenvolvimento sustentável.
“Chegou o momento de uma mudança de rumo. Não roubemos às novas gerações, a esperança de um futuro melhor”, sustentou o Papa numa mensagem gravada em vídeo, com cerca de três minutos.
Francisco assegurou que a Santa Sé se compromete a “reduzir a zero”, na Cidade do Vaticano, “as emissões totais antes de 2050 intensificando o esforço das questões ambientais já em curso há alguns anos, que possibilitam o uso racional de recursos naturais como a água e a energia, a eficiência energética a mobilidade sustentável, a reflorestação e a economia circular”.
A Santa Sé quer ainda comprometer-se com uma “educação para uma ecologia integral”, onde “as medidas políticas e técnicas devem unir-se como um processo educativo que favoreça um modelo cultural de desenvolvimento e sustentabilidade centrado na fraternidade e na ligação entre ser humano e ambiente”.
O Pacto Educativo Global, lançado em outubro, quer perseguir esse caminho, acompanhando “escolas e Universidades católicas, frequentadas por mais de 70 milhões de estudantes, em todos os continentes”.
Também a Economia de Francisco apoia este caminho, através de “jovens economistas, empresários e especialistas em finanças e no mundo do trabalho” que estão a promover “novos caminhos que superam a pobreza energética, que colocam o cuidado dos bens comuns no centro das políticas nacionais e internacionais, e favorecem a produção sustentável também em países de baixa renda, partilhando tecnologias avançadas apropriadas”.
A atual pandemia, sustenta o Papa, e as alterações climáticas “têm uma relevância não só ambiental, mas também ética, social, económica e política, incidem, sobretudo, na vida dos mais pobres e frágeis”.
São, por isso, um apelo “à responsabilidade de promover, com um compromisso coletivo e solidário, uma cultura de cuidado que ponha no centro a dignidade humana e o bem comum”.
O Papa Francisco sublinha que as medidas “podem ser mais adiadas”, sendo necessária “uma redução a sério das emissões totais”.
O Acordo de Paris sobre o clima foi assinado há cinco anos pela quase totalidade dos países, e hoje as Nações Unidas convocaram os líderes mundiais para um “novo compromisso” para fazer frente às alterações climáticas.
(Com Ecclesia)