Conhecer e estimular o “perfil evangelizador” dos cristãos açorianos é o grande desafio da caminhada sinodal que prossegue neste segundo ano
D.João Lavrador desafia as comunidades cristãs a refletir sobre o sentido da evangelização. No texto que abre as Orientações Pastorais Diocesanas para o ano pastoral de 2020/2021, que começa no primeiro domingo do Advento, respeitando o calendário litúrgico, o prelado diocesano insular fala “na reflexão e atuação de todos os batizados” neste processo.
“Continuamos a caminhada sinodal” refere o bispo de Angra, isto é, “fazer caminho em conjunto, convocando todos os batizados para a sua participação ativa na comunidade cristã”.
“Após a auscultação dos Sinais dos Tempos, que continuará presente na vida pastoral, exige-se neste ano a reflexão à cerca do perfil evangelizador das comunidades cristãs. Evangelização que se quer em diálogo com o mundo de hoje”, refere ainda D. João Lavrador.
O prelado diocesano pede ainda que todos se comprometam nesta caminhada que propõe três temas: Uma Igreja Diocesana renovada que responda aos Sinais dos Tempos; Uma Igreja em permanente diálogo com o mundo e uma Igreja Comunitária e Participativa em todos os seus membros.
As orientações diocesanas que agora são publicadas apresentam já um esquema de reflexão proposto às diferentes estruturas da Igreja. Espera-se agora que estas estruturas, de forma criativa, possam dinamizar um debate alargado dentro e fora da Igreja, de modo a auscultar o maior número de pessoas sobre o papel da Igreja, a sua ação e a sua dinâmica nas diferentes formas de atuação pastoral desde a liturgia, à ação socio-caritativa, passando pela catequese, comunicação e juventude, tendo sempre uma atenção muito centrada nos mais pobres e desfavorecidos.
“A Igreja está presente no mundo e é de certo modo o mundo com o qual dialoga. Como podemos nos Açores como Igreja dialogar permanentemente com o nosso mundo?” é uma das interpelações que consta do documento com as orientações diocesanas enviado a todos os sacerdotes, identificados como uma das principais forças motrizes das suas comunidades.
No entanto, deixa-se claro que “todos os membros da Igreja são chamados a dar o seu contributo para a edificação do Corpo de Cristo, da comunidade, dando aquilo que receberam e pondo ao serviço dos outros a sua reflexão, a sua espiritualidade, a sua fé e a sua ação” lê-se ainda no documento que apela a uma vivência “como comunidade sinodal”; a uma “comunhão eclesial vivida na diversidade de carismas e funções”; à “promoção desses diferentes carismas” ; à “valorização do papel das mulheres na sociedade e na Igreja”; à “formação integral” e à santidade “como regra absoluta”.
O documento publica ainda as conclusões da Assembleia Diocesana, que no mês de outubro reuniu os membros dos conselhos pastoral e presbiteral da diocese de Angra, e anuncia o calendário das atividades diocesanas já programadas e para as quais se pede que se cumpram todas as regras de segurança neste tempo de pandemia.