D.João Lavrador escreve uma mensagem a todos os diocesanos no final da Assembleia que confirma caminho sinodal como a única forma de levar “o fermento do evangelho” ao mundo
O trabalho pastoral de renovação, em caminhada comum, “auscultando e dialogando” com mundo de hoje, “provocando a conversão missionária das comunidades cristãs, vai continuar”, assegura o bispo de Angra numa mensagem dirigida a todo o Povo de Deus insular, no final da Assembleia que reuniu em São Miguel de 2 a 5 de outubro.
“Fica a certeza de que é neste esforço comum que podemos ultrapassar os obstáculos sempre teimosos em impedir a verdadeira renovação evangélica das comunidades cristãs e a evangelização do mundo atual” escreve D. João Lavrador na mensagem enviada ao Igreja Açores esta terça feira, menos de 24 horas depois do final da Assembleia que reuniu pela primeira vez, depois do Congresso de Leigos, os membros dos conselhos presbiteral e pastoral diocesana, colocando leigos e sacerdotes em pé de igualdade na discussão dos grandes temas que interpelam a igreja açoriana.
“No decorrer desta Assembleia amadureceu-se a consciência que a Igreja no mundo de hoje tem de ser sinodal. Não se ignorou que esta mudança exige conversão pessoal, comunitária e pastoral; é uma caminhada que exige tempo e persistência; contudo, estamos conscientes que é esta a Igreja, Povo de Deus, que melhor testemunha o Evangelho de Jesus Cristo na nova fase da história” afirma o prelado diocesano.
D.João Lavrador recorda que durante os trabalhados a pandemia “esteve muito presente” não só “pelos desafios imediatos que coloca às nossas comunidades cristãs, mas na sua implicação decisiva no ressurgir de um mundo novo, de uma nova cultura e nova civilização.”
“ Sentiu-se vivamente a atualidade do desafio a uma nova evangelização” enfatiza o bispo lembrando uma vez mais que durante os trabalhos os conselheiros realçaram “a necessidade de nos propormos evangelizar auscultando todos os nossos irmãos sejam os que integram as nossas comunidades cristãs sejam os que estão fora para que no discernimento evangélico dos seus apelos possamos edificar uma comunidade em que todos os batizados se sintam participantes ativos da missão da Igreja mas também convocados a ser discípulos missionários numa Igreja em saída, tal como nos tem interpelado o Santo Padre o Papa Francisco”.
Aliás, a este propósito, o bispo diocesano cita já a nova encíclica do Papa para lembrar que só na fraternidade e no encontro a Igreja cumpre a sua missão.
“A expressão de comunhão eclesial que se alicerça na oração, na vivência eucarística e na partilha fraterna, tão fortemente vividas no decorrer dos trabalhos desta Assembleia; o desejo de aprofundar a realidade dos tempos em que vivemos e deixar-se interpelar para corresponder ao apelo de Jesus Cristo de propor vivencialmente o Evangelho aos homens e mulheres do nosso tempo; a ansia demonstrada de querer ser fiel a Cristo e na comunhão da Igreja para conduzir a vida das comunidades cristãs no sentido de dialogar com o mundo de hoje e acolher os pobres e os excluídos, são motivos para darmos graças a Deus pela manifestação da Sua misericórdia e ternura para com o Seu Povo”, adianta D. João Lavrador.
O prelado apelou aos diocesanos para não esquecerem a razão da sua esperança- Jesus- até porque o agente evangelizador “é a comunidade cristã”.
“Estamos todos convocados para continuar a edificar a Igreja renovada com rosto sinodal” adianta lembrando que a partir do Advento a igreja açoriana dará “inicio à nova fase desta caminhada sinodal”, quando forem apresentadas as orientações diocesanas para o próximo ano.