Governo diz-se preparado para adotar outras medidas caso a pandemia o determine
Hoje é o último dia para as escolas arrancarem o ano letivo, com o regresso das aulas presenciais, em plena pandemia da covid-19, mas com um conjunto de regras de higiene e segurança para minimizar o contágio.
No novo ano letivo, professores, estudantes e funcionários vão experienciar uma escola diferente, em relação aos anos anteriores, com um conjunto de regras e normas de funcionamento que foram implementadas para ajudar a manter a escola aberta o máximo tempo possível.
“As coisas estão a decorrer normalmente, dentro deste contexto que vivemos. Este é um desafio, o início do ano letivo nesta conjuntura, neste contexto de pandemia, mas a importância da escola justifica bem todo o esforço e todo o trabalho que tem sido feito”, afirmou o chefe do executivo regional, Vasco Cordeiro.
Os alunos, professores e pessoal não docente nos Açores vão ter pelo menos duas máscaras sociais reutilizáveis no arranque do ano letivo, num total de cerca de 60 mil máscaras sociais cuja distribuição já se iniciou nas escolas de Santa Maria, São Jorge, Faial, Terceira, Pico, Graciosa, Flores e Corvo.
Segundo o executivo açoriano, a distribuição de duas máscaras sociais reutilizáveis por cada um dos alunos do 2.º e do 3.º ciclo do ensino básico e do secundário, dos professores e dos restantes funcionários das escolas “é uma das medidas previstas pela Secretaria Regional da Educação para o arranque do ano letivo em segurança em todas as unidades orgânicas da região, face à situação da covid-19”.
A utilização das máscaras sociais nas escolas abrange os alunos a partir do 2.º ciclo do ensino básico, cumprindo, assim, as orientações definidas pelas autoridades de saúde para a idade mínima dos alunos para uso deste tipo de equipamento de proteção individual.
Foram ainda introduzidas regras relativamente à organização e lotação dos refeitórios das escolas e o reforço, “em algumas circunstâncias”, dos meios do transporte escolar dos alunos para permitir o cumprimento de “todas as regras, nomeadamente em termos de lotação” dos autocarros.
Vasco Cordeiro indicou ainda que foi constituída “uma equipa de acompanhamento e de monitorização”, professores e pessoal não docente receberam formação e os planos de contingência de cada uma das escolas foram atualizados.
Questionado sobre o receio dos pais na eventualidade do surgimento de um caso positivo no seio escolar, Vasco Cordeiro disse que tal é “compreensível”, mas frisou que “o esforço que foi feito” foi no sentido “de preparar o melhor possível também para essa situação, se ela acontecer”.
“Há um conjunto de regras e de procedimentos que não implicam automaticamente o fecho de toda a escola, mas essa é uma situação que tem que ser avaliada em função do caso concreto”, salientou Vasco Cordeiro, reforçando que foi feito “um esforço para preparar o melhor possível, quer a escola, quer toda a estrutura que acompanha esta situação, também ao nível da saúde” na eventualidade do surgimento de algum caso positivo de covid-19 numa escola.
O presidente do Governo dos Açores reforçou que “salvaguardar a saúde é o objetivo principal”, mas “conciliando” com o objetivo de “ter uma escola a funcionar pela importância que tem para as crianças e jovens”
“Aquilo que for necessário decidir para salvaguarda da saúde, é decidido”, disse ainda.
Além do uso de máscara, do distanciamento físico e da higienização frequente dos espaços, haverá igualmente horários alargados ou desfasados, intervalos mais curtos ou intercalados, turmas organizadas em “bolhas”, com salas destinadas a cada uma para evitar o contacto entre diferentes grupos, foram muitas as soluções implementadas nas milhares de escolas do país.
Pais e diretores escolares estão confiantes com o regresso e acreditam que as escolas estão preparadas para começar a receber os alunos.
Em declarações à Lusa, os presidentes das duas confederações de pais disseram mesmo que o maior risco do regresso às aulas não está na escola, mas antes na mobilidade dos alunos fora do espaço escolar, com nos transportes públicos.
Já o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, Filinto Lima, disse acreditar que abertura vai decorrer de forma muito positiva, assegurando que as escolas tudo fizeram para estar preparadas.
Esta segunda-feira regressaram também as aulas do #EstudoEmCasa à RTP Memória. Nas primeiras semanas, o canal só vai passar os conteúdos transmitidas no 3.º período do ano passado, para complementar o trabalho que vai ser feito nas escolas de reforço e consolidação dessas aprendizagens, mas a partir de 19 de outubro já começam a ser transmitidas as novas aulas.
Também no calendário escolar este ano letivo houve alterações com menos férias. Assim, a interrupção letiva da Páscoa vai ser mais curta, com uma semana e meia em vez das duas semanas habituais, e o 3.º período será mais longo para o 1.º e 2.º ciclos, que vão ter mais uma semana de aulas, em comparação com os anos anteriores.
(Com Lusa)