Em 11 anos, o edifício apresenta já avultados estragos seja no interior seja no exterior do edifício
A paróquia de Nossa Senhora de Fátima, no Lajedo em Ponta Delgada, está a mobilizar-se para angariar fundos que permitam financiar as obras de conservação e restauro do edifício. Apesar do edifício da Igreja ter apenas 11 anos, a verdade é que os danos estruturais já são visíveis e a igreja apresenta já as mazelas de alguma degradação nomeadamente nos tectos, nas paredes e no exterior, onde os danos causados por infiltrações são muito evidentes.
“Após 11 anos volvidos da inauguração da nossa Igreja Paroquial, a mesma já apresenta, aliás, há já alguns anos a esta parte, algumas situações que carecem de ser resolvidas e restauradas. Recorde-se, por exemplo, que existem problemas que subsistem praticamente desde a sua inauguração, nomeadamente as infiltrações de água” afirma o pároco, padre Norberto Brum.
“O problema das infiltrações de água foi já resolvido, em Janeiro , com a ajuda da Câmara Municipal de Ponta Delgada, mas atualmente deparamo-nos com placas de mármore (da fachada principal) a desprenderem-se, tendo mesmo algumas já caído, outras, e numa tentativa de prevenir-se danos maiores, já foram reforçadas com parafusos. Esta é, para nós, uma prioridade de restauro/conserto, pois coloca em risco a própria segurança das pessoas, atendendo ao facto de, a qualquer momento, poderem soltar-se”, constata o sacerdote sublinhando a necessidade de pintura do interior e exterior da igreja bem como a reparação da iluminação tal como o restauro das salas interiores que dão apoio à catequese e sacristias. Também a escadaria de acesso à torre sineira carece de uma intervenção.
“Sentimos que, em 11 anos, a Igreja degradou-se muito rapidamente” alega o padre Norberto Brum. A paróquia tem vindo a desenvolver uma série de iniciativas com vista à angariação de fundos, nomeadamente a realização de jantares, rifas na catequese, mercadinhos solidários, entre outros, têm sido uma constante. No entanto, toda a dinâmica foi interrompida com a pandemia da Covid 19 e, por isso, a paróquia virou-se agora para mecenas, públicos e privados, que possam ajudar a comunidade a reabilitar a sua Igreja.
“Queremos que as obras se iniciem o mais breve possível, evitando desta forma que a degradação se acelere. A ideia, para já, é irmos avançando por fases, por prioridades, contudo não queremos avançar sem termos garantias de apoio e financiamento, uma vez que somos uma Paróquia nova e não dispomos de verbas que façam face a estas despesas, e também não queremos criar dívidas à Comunidade” refere o sacerdote.
A paróquia de Nossa Senhora de Fátima no Lajedo, em Ponta Delgada, é a mais nova paróquia açoriana, mas já tem uma vida comunitária muito significativa. O grande “movimento” da Paróquia é, sem dúvida, a Eucaristia, onde a participação de fiéis é bastante elevada, mesmo no pós-confinamento e o Conselho Pastoral Paroquial tem protagonismo e expressão na Comunidade. Atualmente, para além da Catequese, a paróquia dispõe de um Serviço de Pastoral Social “devidamente organizado, ativo e interventivo”; um Presidium da Legião de Maria; um Grupo de Meditação Cristã; um Grupo Coral; um Grupo de Animação Juvenil (eucaristias de Sábado) e um Grupo de Leitores, Acólitos e Ministros extraordinários da Comunhão. A Paróquia tem também um Grupo de Jovens, com cerca de 25 jovens que, atualmente, e para além dos seus encontros quinzenais de reflexão e demais atividades, constituem a equipa de acolhimento em todas as celebrações Eucarísticas de Comunidade. Também existe um Grupo de Oração (Cenáculo) que, semanalmente (quartas-feiras), se reúne em oração, grupo que quase ultrapassa já a centena de pessoas. Desde que o padre Norberto serve na comunidade há, também, uma Romaria de Senhoras. Não diretamente ligado à paróquia, mas exercendo aí a sua ação, aliás, em instalações pertencentes à paróquia, , existe um Grupo de Escoteiros da Associação de Escoteiros de Portugal.
“Penso que importa referir que mais que uma paróquia `territorial´, somos uma paróquia `pessoal´, isto é, uma comunidade que ultrapassa as suas fronteiras geográficas, na qual vivem a sua fé e desenvolvem o seu sentido de pertença à Igreja pessoas que não vivem na geografia da paróquia, por isso nunca nos identificamos como paróquia mas sim comunidade”, refere o sacerdote.
Na geografia da paróquia de Nossa Senhora de Fátima são diversas as realidades económicas, sociais, culturais e familiares, no entanto, “notam-se algumas carências”, reconhece o prior.
“A paróquia tem tido a preocupação, nomeadamente através do seu Serviço Paroquial de Pastoral Social, de trabalhar e actuar em rede e em conjunto com as diversas instâncias com maiores capacidades e possibilidades de intervenção” sublinha. Ainda assim, através de um cesto colocado na Igreja há um esforço permanente para recolha de bens seja vestuário, alimentos ou outros. No primeiro domingo de cada mês, designado Domingo da Partilha, o ofertório além de dinheiro é também composto por oferta de bens alimentares.