“Precisamos de ter relação cada vez mais próxima, lúcida, com a sociedade”, diz D. João Lavrador

 

 

O presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, D. João Lavrador, aponta como prioridade para o setor dos media, nos próximos três anos, o aprofundamento do “Plano da Comunicação Social” para a Igreja Católica em Portugal.

Após a sua reeleição no cargo, durante a Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) que decorre em Fátima, o bispo de Angra assinalou a importância de contar com “assessorias” que ajudem a estabelecer uma “relação permanente com a sociedade, numa emergência permanente de realidades que estão sempre a desafiar a Igreja”.

“Precisamos de ter esta relação cada vez mais próxima, lúcida, com a sociedade no seu todo”, disse hoje o responsável à Agência ECCLESIA.

D. João Lavrador, que vai liderar a comissão por um novo triénio (2020-2023), fala numa “era da comunicação”, um conceito que tem evoluído, com valores e também problemas, como as “fake news”.

“Este tempo da pandemia trouxe ao de cima esta problemática das ‘fake news’, da negação da verdadeira comunicação, mas também trouxe ao de cima muitas potencialidades do que a comunicação hoje pode dar”, em termos de “comunhão entre pessoas”, precisou.

O bispo de Angra apela a uma “uma comunicação responsável”, que “pugne pela verdade e pelo humanismo, pondo o ser humano no centro”.

“É uma cultura que se tem de refazer e encontrar modelos novos para responder ao ser humano, que se sente afetado, neste momento”, refere o prelado.

As situações que estão a emergir após a pandemia representam “desafios” e “problemas novos” para a Comissão Episcopal que acompanha as áreas pastorais da cultura, media e património.

“A sociedade e a Igreja sentiram profundamente o que foi, o que é ainda o embate desta situação”, indica D. João Lavrador.

O entrevistado aponta ainda a um trabalho de continuidade, que passa por “consolidar” opções feitas nos últimos tempos, sobretudo no campo das Comunicações Sociais.

A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) procedeu ontem à eleição dos presidentes das suas sete Comissões Episcopais, para sectores específicos da atividade pastoral, reconduzindo no cargo cinco bispos.

As duas novas presidências dizem respeito às comissões de Liturgia e Espiritualidade (D. Anacleto Oliveira, bispo de Viana do Castelo) e Missão e Nova Evangelização (D. Armando Esteves, bispo auxiliar do Porto).

A eleição decorreu durante a Assembleia Plenária do organismo católico, inicialmente marcada para abril e adiada por causa do estádio de emergência, face à Covid-19.

Os bispos escolheram ainda um novo delegado junto da Comissão dos Episcopados da União Europeia (COMECE), D. Nuno Brás, bispo do Funchal.

Presidência das Comissões Episcopais

Educação Cristã e Doutrina da Fé – D. António Moiteiro, bispo de Aveiro

Pastoral Social e Mobilidade Humana – D. José Traquina, bispo de Santarém

Laicado e Família – D. Joaquim Mendes, bispo auxiliar de Lisboa

Vocações e Ministérios – D. António Augusto Azevedo, bispo de Vila Real

Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais – D. João Lavrador, bispo de Angra

Liturgia e Espiritualidade – D. Anacleto Oliveira, bispo de Viana do Castelo

Missão e Nova Evangelização – D. Armando Esteves, bispo auxiliar do Porto

Delegados

Relações Bispos/Vida Consagrada – D. António Couto, bispo de Lamego

Conselho Superior da Universidade Católica Portuguesa – D. Manuel Clemente, magno chanceler da Universidade, cardeal-patriarca de Lisboa

Comissão dos Episcopados da Comunidade Europeia (COMECE) – D. Nuno Brás, bispo do Fundhal

Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE)- Presidente da CEP.

Pontifício Colégio Português – Presidente da CEP.

A CEP foi formalmente reconhecida a seguir ao Concílio Vaticano II, em 1967, com a ratificação pela Santa Sé dos primeiros Estatutos aprovados na Assembleia Plenária de 16 de maio, revistos posteriormente em 1977, 1984, 1999 e 2005; é o conjunto dos bispos das dioceses que, para melhor exercerem as suas funções pastorais, põem em comum preocupações e experiências, acertam critérios de ação e coordenam esforços.

A Conferência Episcopal Portuguesa tem um presidente, um vice-presidente e um secretário, cujos mandatos não podem ser exercidos consecutivamente além de dois triénios, de acordo com os estatutos do organismo.

O presidente, vice-presidente e secretário com mais quatro bispos eleitos pela Assembleia Plenária constituem o Conselho Permanente, órgão delegado da Assembleia que se reúne ordinariamente todos os meses.

A Conferência Episcopal Portuguesa tem ainda como órgãos as Comissões Episcopais; o Secretariado Geral, com funções práticas de expediente, administração e coordenação pastoral; e Secretariados Nacionais, de índole técnica e executiva.

O organismo tem delegados episcopais, que asseguram a sua representação permanente junto do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), da COMECE e dos Institutos de Vida Consagrada.

(Com Ecclesia)

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