Diocese de Angra comunica através de um sítio on line, mas a Igreja nos Açores possui dois jornais e vários boletins paroquiais
A Igreja Católica celebra este domingo o 54º Dia Mundial das Comunicações Sociais que tem como lema uma passagem do livro do êxodo “‘Para que possas contar e fixar na memória’ (Ex 10, 2). A vida faz-se história”, e para o diretor da Pastoral da Comunicação na diocese de Angra este é o grande desafio dos jornalistas.
“A vida faz-se de histórias. Sabemos que há muitas histórias que não são boas, mas nós que temos fé e, por isso, estamos integrados na história da salvação temos de ser capazes de narrar o que é bom, Jesus Cristo, e levá-Lo ao mundo inteiro”, referiu o cónego Ricardo Henriques em declarações ao Igreja Açores.
Para o sacerdote esta pandemia veio revelar as virtudes das redes sociais.
“É uma forma de presença e de ser igreja diferente, mas real e isso é muito importante e aconteceu muito durante este período” referiu o cónego Ricardo Henriques ao esclarecer que, muitas vezes pensamos que a “não participação nos atos de culto que não é boa, mas na verdade esta crise abriu igrejas em todas as casas”.
“A comunicação aconteceu através das redes sociais; inúmeras comunicações foram feitas e isso mostra que a comunicação tem sido muito dirigida para públicos alvos”, isto é, por vezes pensamos que as redes sociais fomentam o anonimato mas a verdade é que a comunicação neste tempo tem sido muito próxima.
Na diocese de Angra, a comunicação institucional faz-se através do Sítio Igreja Açores, do programa de Rádio e dos vários boletins paroquiais, existindo ainda dois jornais locais: o Dever, no Pico e a Crença, em Vila Franca do Campo, na ilha de São Miguel.
D. João Lavrador, bispo de Angra e presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, destacou que o isolamento forçado por causa da pandemia de Covid-19 “obrigou a acelerar algo que é muito importante”, a presença no “digital, as redes sociais”.
“Não é só um meio, mas uma cultura, acrescentou.
O bispo de Angra pediu que a Comunicação Social seja uma voz atenta e de denúncia, num momento em que se projeta uma “sociedade ainda mais desigual”.
Para o futuro, apelou-se à manutenção das iniciativas lançadas no tempo de isolamento, onde aconteceu uma maior procura de transmissões, com uma Igreja online e cada vez mais “live”, que promova ações de formação neste campo.
As preocupações passam pela superação de uma “iliteracia digital”, reforçando a “capacidade de estar” numa dimensão específica da vida contemporânea, com conteúdos específicos, para que esta presença seja mais do que a reprodução online da atividade física habitual das comunidades.
Durante a iniciativa foi anunciado o vencedor do ‘Prémio de Jornalismo Dom Manuel Falcão 2020’.
A Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais publicou no início do mês uma nota em que destaca o “serviço fundamental” dos media, durante a pandemia de Covid-19.
“A par com tantos heróis que estão na linha da frente a salvar vidas e acompanhar os que são mais excluídos e isolados, teremos de reconhecer e louvar o serviço fundamental e imprescindível da comunicação social. Toda ela, mas de modo especial a de proximidade como seja a comunicação social regional”, refere o documento, enviado à Agência pelo organismo da Igreja Católica em Portugal.
A comissão destaca as dificuldades que atingem o setor dos medias e apelam ao apoio das autoridades públicas, como reconhecimento ao trabalho desenvolvido pela Comunicação Social “na coesão nacional, na promoção cultural, na relação que estabelecem entre cidadãos que que estão fora do seu país”.
A Igreja Católica assinala a 24 de maio o 54.º Dia Mundial das Comunicações Sociais, este ano sem a celebração comunitária da Missa, devido à pandemia, pelo que se sugere que a recolha de donativos para os secretariados do setor (a nível nacional e em cada uma das dioceses) se faça “num domingo que seja mais oportuno”, não sendo possível no dia próprio.
Desta forma, leva-nos a entender que a memória não deve ser considerada um “corpo estático”, mas uma “realidade dinâmica”.
“Através da memória, se dá a transmissão de histórias, esperanças, sonhos e experiências de uma geração à outra”, pode ler-se.
O tema recorda que “toda história nasce da vida, do encontro com o outro” e Francisco apontou o exemplo das parábolas, histórias contadas por Jesus, em que foi dada “liberdade para as escutar, aceitar ou transmitir”.
“A força de uma história é expressada pela capacidade de gerar mudanças. Uma história exemplar, tem uma força transformadora. É o que experimentamos quando nos deparamos, através da história, com a vida dos Santos”, reforça.
O Papa pediu ainda para que todos possam “frutificar o talento”, fazendo da comunicação um meio para “construir pontes, unir e partilhar a beleza de ser irmãos num tempo marcado por contraposições e divisões”.