Francisco rezou por repórter fotográfico morto em Gaza e enviou mensagem ao presidente da China.
O Papa chegou hoje à Coreia do Sul, onde foi recebido pela presidente Park Geun-Hye, após um voo de mais de 11 horas em que rezou pelo repórter fotográfico italiano morto em Gaza e enviou uma mensagem ao presidente chinês.
O avião que transportou Francisco no início da sua terceira viagem internacional aterrou em Seul por volta das 10h15 locais (menos oito em Lisboa), dando início a uma visita de cinco dias, no âmbito da Jornada da Juventude Asiática, que inclui uma cerimónia de beatificação de 124 mártires da primeira geração da católicos coreanos e vários momentos de oração pela paz e reconciliação, com referências explícitas à reunificação da península coreana.
“Deus abençoe a Coreia, especialmente os seus idosos e os seus jovens”, escreveu hoje o Papa, na rede social Twitter.
‘Bienvenido a Corea’, disse em espanhol a presidente sul-coreana Park Geun-hye quando recebeu o Papa no aeroporto de Seul, manifestando depois, com a ajuda de um intérprete, o seu desejo de ouvir palavras que ajudem a “abrir uma era de paz e reconciliação na península coreana”.
Francisco disse, em resposta, que tinha essa intenção “em mente”, antes de cumprimentar familiares das vítimas do naufrágio do navio ‘Sewol ‘, a 16 de abril, descendentes de mártires coreanos e desertores da Coreia do Norte, segundo um porta-voz da presidência.
O Papa escolheu um veículo utilitário, de marca coreana, para circular na cidade.
Como é tradição, Francisco enviou um telegrama a todos os chefes de Estado dos países que sobrevoou: Croácia, Eslovénia, Áustria, Eslováquia, Polónia, Bielorrússia, Rússia, Mongólia e China.
No caso chinês, foi a primeira vez que um Papa passou pelo espaço aéreo deste país.
“Ao entrar no espaço aéreo chinês, estendo os meus melhores votos a vossa excelência e aos vossos concidadãos, invocando as bênçãos divinas da paz e bem-estar para a nação”, escreveu Francisco, no telegrama dirigido ao presidente Xi Jinping.
Durante o voo, o Papa cumprimentou pessoalmente os cerca de 70 jornalistas que seguiam no avião, rezando em silêncio pelo repórter fotográfico italiano Simone Camilli, que morreu em Gaza, aos 35 anos.
“Estas são consequências da guerra, é assim. Obrigado pelo vosso serviço. Obrigado por tudo o que ides fazer, que não será um passeio, mas um grande desafio. Que a vossa palavra ajude sempre a unir-nos ao mundo e também eu recomendo: dai esta mensagem de paz”, declarou.
A cerimónia oficial de boas-vindas ao Papa em Seul vai decorrer a partir das 15h45 locais, nos jardins da ‘Casa Azul’, residência oficial da chefe de Estado sul-coreana, seguida de uma visita de cortesia à presidente Park Geun-hye, em privado.
A partir das 16h30, Francisco vai encontrar-se com as autoridades políticas e sociais daquele país asiático, ocasião que será marcada por um discurso do Papa, que se vai estrear como orador em inglês.
Mais ao fim da tarde, pelas 17h30, será a vez de uma visita aos bispos sul-coreanos.
O papa Francisco vai ter uma agenda cheia ao longo dos próximos cinco dias, sendo uma das missões a de espalhar a mensagem de que é preciso difundir a fé católica no território. Durante a estada na Coreia do Sul, o papa Francisco presidirá a uma missa de beatificação de 124 mártires coreanos, assassinados “por ódio à fé” entre 1791 e 1888.
Está também previsto que o papa presida a uma missa pela paz e pela reconciliação das duas Coreias. Poucas horas antes de sumo pontífice chegar à Coreia do Sul, o país acusou a Coreia do Norte de ter disparado dois projéteis para o mar, após outros três disparos.