Amar é ficar em casa

Pelo Pe José Júlio Rocha.

«Qual é, na verdade, a grande nação que tem Deus tão perto de si como está perto de nós o Senhor, nosso Deus, sempre que O invocamos?» (Deuteronómio, 4, 7)
Talvez hoje sintamos Deus muito mais perto de nós do que nos dias da nossa azáfama habitual. Corremos, preocupamo-nos, enchemo-nos de velocidade, distração e angústia por coisas tão pouco importantes. Quando Marta se atarefava com tantos trabalhos e se queixava da quietude de Maria, Jesus disse-lhe: «Marta, Marta, andas inquieta e perturbada com muitas coisas; mas uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada.» (Lc 10, 41-42). É exatamente o papel de Maria que hoje somos convidados a seguir. Silêncio, recolhimento, oração e paz.
Rezar não é apenas dizer palavras: é elevar a alma a Deus. É saber que Deus anda por perto, nos acaricia com a ternura de uma mãe, nos ama com a solidez de um pai, nos traz ao colo. Talvez agora possamos sentir essa presença mais do que nos dias comuns.
O mundo nunca mais será o mesmo. Este é um parto difícil e prolongado, mas o mundo que vai sair desta pandemia não vai ser igual ao mundo como era antes. Acredito que seja um mundo melhor.
Já sinto, no sangue, a falta de dar um bom abraço, mas hei-de aguentar até ao fim.
Para as minhas comunidades.

 

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