Pelo Pe José Júlio Rocha.
“Como suspira o veado pelas correntes das águas,
assim minha alma anseia por Vós, Senhor.” (Salmo 42)
Esta pandemia global obrigou o mundo a parar. Nada na história moderna se pode comparar a este tempo de medo global mas, estranhamente, de muita esperança. É nos momentos difíceis que a esperança se torna viva, real, palpável. O mundo tem esperança nos médicos, nos enfermeiros, nos profissionais de saúde, nos políticos, nas forças de segurança, nos camionistas, nos produtores de bens essenciais para a nossa vida, nos que não dormem. O mundo parou, mas eles não pararam. Nós esperamos. Temos esperança. Talvez como nunca, também na história moderna, o mundo espera em Deus. Na Sua Misericórdia e, sobretudo, no Seu Amor pela humanidade.
O mundo parou e começou a pensar. Aquilo que nos parecia tão essencial (futebol, política, economia, compras, roupa ou até o próprio trabalho, educação ou liberdade) afinal não é tão essencial assim. Resta o mais importante: termo-nos uns aos outros, cuidarmos uns dos outros, amarmos a sério.
Gostaria de abraçar o meu Povo, poder consolar espiritualmente os meus paroquianos da Fonte do Bastardo e Porto Martins. Povo tão próximo que ficou tão distante. Resta-nos, como escrevi ontem, o consolo de que hoje, só hoje, por longo que seja este hoje, amar é manter-se à distância. Estranha forma de amar…