Uma carta de três cardeais pede às Conferências Episcopais de toda a União Europeia (UE) que se mobilizem em favor do acolhimento, nos seus países, dos refugiados presentes na ilha grega de Lesbos.
A missiva, divulgada pela Santa Sé, é assinada pelos cardeais Jean-Claude Hollerich, arcebispo do Luxemburgo e presidente da Comissão das Conferências Episcopais da Comunidade Europeia (COMECE); Michael Czerny, subsecretário da Seção Migrantes e Refugiados do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral (Santa Sé), e Konrad Krajewski, esmoler pontifício (Santa Sé).
Segundo os cardeais, figuras próximas do Papa Francisco, as Conferências Episcopais da (UE) deveriam, em colaboração com os seus governos, delinear um projeto de corredor humanitário de Lesbos para outros campos de primeiro acolhimento na Grécia.
“As experiências de alguns países demonstraram que as possibilidades de bom acolhimento são superiores ao que se espera: muitos menores foram acolhidos em famílias, enquanto os adultos foram bem acolhidos nas comunidades religiosas, nas paróquias e nas famílias que se disponibilizaram para tal”, refere a carta.
Os cardeais Hollerich, Czerny e Krajewski convidam a Igreja na UE a “não permanecer indiferente” e a dar esperança aos refugiados.
A carta é acompanhada pelas “Diretivas sobre o procedimento para a transferência de requerentes de asilo e refugiados da Grécia para um país europeu”, elaborado pela comunidade católica de Santo Egídio.
Em abril de 2016, o Papa Francisco esteve na ilha de Lesbos.
“Depois da visita, consciente da dramática situação de superlotação e de sofrimento na qual se encontram mais de 20 mil refugiados naquela ilha e muitos outros milhares em vários outros pontos da Grécia, o Papa nunca deixou de ajudá-los, tentando abrir corredores humanitários para a sua transferência, com dignidade, a outros países europeus”, recordam os cardeais.
Os presidentes das três principais instituições europeias deslocam-se na terça-feira à Grécia para demonstrar o “total apoio” da UE às autoridades locais, na resposta à pressão migratória de refugiados oriundos da Turquia, anunciou hoje a presidente da Comissão Europeia.
Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), cerca de 13 mil pessoas abandonaram o território turco com destino à Grécia.
A plataforma portuguesa de apoio os refugiados (PAR) considera que uma nova crise na Turquia pode vir agravar a “já frágil” situação humanitária vivida na Grécia, em especial nas ilhas gregas de Lesbos, Kios, Samos e Kos, onde mais de 56 mil pessoas aguardam uma resposta ao seu pedido de asilo, “em campos com condições indignas e em absoluto estado de desespero”.
(Com Ecclesia)