Centro Social e Paroquial de Santo Antão celebra 61 anos ao serviço da comunidade

A instituição, idealizada pelo Padre José da Costa Leonardo, é hoje, para muitos jorgenses da ponta leste da ilha, a garantia de uma vida mais acompanhada

Com Creche, Jardim de Infância, Centro de Dia e uma valência de apoio domiciliário (refeições e higiene), o Centro Social e Paroquial de Santo Antão é para muitos idosos o único apoio para uma vida mais acompanhada. Ali encontram o apoio para as suas refeições ou para a higiene diária, seja da casa seja pessoal.

“Esta é a única instituição na ponta leste da ilha de São Jorge, que tal como muitos lugares está envelhecida” adianta ao Info Fajãs o padre Dinis Silveira, atual pároco das paróquias de Santo Antão e Topo, áreas abrangidas por esta estrutura de apoio social pensada, idealizada e concretizada em novembro de 1958 pelo então pároco, Padre José da Costa Leonardo.

“Há pessoas que só veem durante o dia os funcionários do Centro” esclarece o sacerdote, doutorado em direto canónico pela Pontifica Universidade Gregoriana, em Roma, natural da ilha Terceira e que se encontra há três anos na ilha.

A comemorar 61 anos, esta “casa”, que possui também uma creche e um jardim de infância que acolhem 30 crianças, lida com vários problemas só ultrapassados com “jogo de cintura” e “criatividade” alimentados por uma boa dose de responsabilidade social. As instalações precisam de ser “estruturadas”, a cozinha “ampliada” e a creche “remodelada”.

“Já sinalizamos a situação as autoridades competentes e apesar de contarmos com a generosidade da comunidade, a verdade é que temos dificuldades” reconhece o sacerdote que é o presidente da instituição, que tal como noutras ilhas e noutros lugares da diocese de Angra é a única resposta social diante de uma população envelhecida.

O Centro Social e Paroquial de Santo Antão possui, ainda, um Centro de Dia onde acolhe os idosos com autonomia proporcionando-lhes alguma ocupação, sobretudo à tarde.

A casa foi sempre gerida pela Congregação das Missionárias Reparadoras do Sagrado Coração de Jesus, que chegou à ilha dois anos depois da sua abertura, em 1958 e hoje ainda permanece na ilha com três irmãs, uma delas educadora de infância e duas já mais idosas que apoiam doentes e idosos nos seus domicílios.

“As irmãs tiveram sempre um papel importante aqui seja na prestação de cuidados de enfermagem, seja no apoio aos mais necessitados e até na catequese paroquial” recorda a Irmã Maria de Lurdes Correia, natural de São Jorge e residente em Santo Antão que aos 85 já só visita um idoso que está acamado.

Santo Antão é uma paróquia da ouvidoria de São Jorge, na ponta leste da ilha, uma das mais isoladas. Inicialmente, o povoado de Santo Antão era um dos lugares da vila do Topo. Em 1889, passou a freguesia e a paróquia. A atual igreja é fruto de uma reconstrução depois de ter sido destruída por completo na sequência do sismo de 1980 que abalou as ilhas Terceira e de São Jorge.

 

(Declarações do Padre Dinis Silveira e da Irmã Maria de Lurdes Correia foram feitas ao Info Fajãs)

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