Igreja celebra Dia das Missões encerrando ano especial de sensibilização

Cerimónias incluem peregrinação a Fátima e homenagem a D. António Barroso

A Igreja Católica celebra este domingo o Dia Mundial das Missões, marcado em Portugal por uma peregrinação nacional a Fátima que encerra o Ano Missionário extraordinário convocado pelo episcopado.

Após a peregrinação nacional de encerramento, ao Santuário de Fátima, segue-se uma homenagem à missionação portuguesa, com a inauguração de um monumento evocativo bispo e missionário D. António Barroso (1854-1918), em Cernache de Bonjardim, num monumento onde vão também ficar inscritos os nomes de 320 padres que partiram para as missões.

Desde outubro de 2018, as comunidades católicas portuguesas têm vivido um Ano Missionário especial, com um convite da Conferência Episcopal, na sua Nota Pastoral ‘Todos, Tudo e Sempre em Missão’: “Sair. Irmos até uma outra paróquia, uma outra diocese, um outro país em missão, para sentirmos que somos chamados por vocação a sermos universais”.

A nível mundial, a Igreja Católica vive em outubro um mês missionário especial, convocado pelo Papa Francisco, que desafiou ao anúncio do Evangelho com “ousadia e criatividade”.

“Este Mês Missionário extraordinário quer ser uma sacudidela que nos provoca a ser ativos no bem. Não notários da fé e guardiões da graça, mas missionários”, declarou, a 1 de outubro, na homilia que pronunciou na Basílica de São Pedro, por ocasião da celebração da memória litúrgica de Santa Teresa do Menino Jesus, padroeira das Missões.

Francisco lamentou que muitos crentes se fechem numa “triste vitimização”, pensando que “está tudo mal”, no mundo e na Igreja, e vivendo uma “fé de sacristia”, em vez de passar da “omissão à Missão”.

O Mês Missionário tem como tema ‘Batizados e enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo’, no centenário da promulgação da Carta Apostólica ‘Maximum illud’, do Papa Bento XV.

Na sua mensagem para o Dia Mundial das Missões 2019, que se celebra hoje, o Papa Francisco apelas a um anúncio de “fraternidade universal”, a parte da fé em Deus Pai.

“O secularismo difuso, quando se torna rejeição positiva e cultural da paternidade ativa de Deus na nossa história, impede toda e qualquer fraternidade universal autêntica, que se manifesta no respeito mútuo pela vida de cada um. Sem o Deus de Jesus Cristo, toda a diferença fica reduzida a ameaça infernal, tornando impossível qualquer aceitação fraterna e unidade fecunda do género humano”, escreve.

O texto destaca que o Mês Missionário Extraordinário de 2019 coincide com a celebração do Sínodo Especial para a Amazónia, a decorrer no Vaticano.

“Que ninguém fique fechado em si mesmo, na autorreferencialidade da sua própria pertença étnica e religiosa”, pede o Papa.

 

(Com Ecclesia)

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